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TRAGÉDIA NA ÁSIA
Lys Amayo de Benedek D"Avola, 48, e seu filho Gianluca, 10, morreram no maremoto na Tailândia; marido ainda não foi achado
Confirmada morte de diplomata brasileira
DA SUCURSAL DO RIO
A morte da diplomata Lys
Amayo de Benedek D'Avola, 48, e
de seu filho Gianluca, 10, vítimas
do maremoto de domingo no sudeste da Ásia, foram confirmadas
ontem pelo governo brasileiro.
Lys era conselheira da embaixada
brasileira em Bancoc (Tailândia).
Apesar de constarem da lista de
mortos do governo tailandês desde anteontem, a morte foi atestada pelo Itamaraty apenas na madrugada de ontem, após o reconhecimento dos corpos.
Um telefonema dado no início
da manhã de ontem pelo embaixador brasileiro na Tailândia,
Marco Antônio Diniz Brandão,
acabou com as últimas esperanças da atriz Theresa Amayo de rever filha e neto vivos. Ela embarcaria ontem à noite para Bancoc
para buscar Thais, 20, a neta que
sobreviveu à tragédia, e os corpos
de Lys e Gianluca.
"Deus deixou minha neta e eu
quero muito revê-la. Estou preocupada porque ela está sozinha
em Bancoc", disse Theresa, que
viajará sozinha com uma passagem oferecida pelo Ministério das
Relações Exteriores. "Apesar de
tudo, ainda estou lúcida e posso ir
sozinha", afirmou ela, que mora
em Laranjeiras (zona sul do Rio).
Theresa também está preocupada com Antonio D'Avola, marido de Lys. Há informações de
que ele está internado, mas as embaixadas brasileira e italiana ainda não o localizaram. Encontrar
D'Avola é importante também
para decidir se o corpo de Gianluca será transferido para o Brasil
junto com o da mãe.
"Convivi muito com esse menino, corri o mundo atrás dele...",
disse Theresa, não contendo o
choro. A última vez em que viu filha e neto foi em maio, quando
eles estiveram no Brasil. Mas ela
chegou a ir à Tailândia visitá-los.
Thais estuda economia em Milão, na Itália. Ela se encontrou
com mãe, irmão e padrasto para
um período de férias na ilha de
Phi Phi. No domingo, quando os
três saíram para passear, Thais
preferiu ficar no hotel dormindo.
Segundo contou à avó, pouco depois ouviu um grande estrondo.
"Tudo aconteceu logo depois de
eles terem saído do hotel. Eles estavam na rua, não no mar", disse
Theresa, descartando a hipótese
de que os três estivessem passeando de barco.
Andando pela região de Phuket,
onde fica a ilha, Thais localizou o
padrinho de Gianluca, um italiano muito amigo de D'Avola e Lys
que estava viajando com eles. Ele
está internado em coma. Sua mulher está desaparecida e o filho do
casal, encontrado com vida, já foi
enviado para Roma pela embaixada italiana.
"Segundo Thais, o cenário é de
absoluto horror, com mortos e feridos nas ruas. Mas as pessoas todas estão ajudando, a solidariedade do mundo está lá", disse Theresa, contando que sua neta também participou do trabalho de
auxílio aos feridos. "Dentro do
possível, ela está bem. É uma menina muito amadurecida."
A atriz -que participou da novela "Senhora do Destino" como
Marlene, secretária do personagem Thomas Jefferson (Mário
Frias)- confirmou que Lys pretendia voltar em março para o
Brasil com a família.
Segundo a família, Lys mostrava interesse pela diplomacia desde pequena. Aprendeu sete idiomas. No Rio, estudou nos colégios
Brasileiro de Almeida e Liceu
Francês. Fez prova aos 23 anos
para o Instituto Rio Branco.
"Ela sempre foi muito estudiosa. Nós sempre soubemos que ela
ia seguir carreira", disse a radialista Daisy Lucidi, antiga amiga da
família. Lys serviu em Roma, onde conheceu Antonio D'Avola, e
em Tóquio, onde viveu sete anos.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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