DA REDAÇÃO

O advogado de defesa de Saddam Hussein fez um apelo à comunidade internacional para que impeça que o ex-ditador seja entregue pelos EUA às autoridades iraquianas para sua execução.
"Insto todas as organizações internacionais, o secretário-geral da ONU, a Liga Árabe e os líderes mundiais a intervir urgentemente junto à administração americana para impedir o presidente de ser entregue às autoridades iraquianas", disse o advogado Khalil al Dulaimi. "Saddam é um prisioneiro de guerra e, de acordo com a lei internacional, não deve ser entregue a seus inimigos."
"Se o governo americano insistir em entregar o presidente aos iraquianos, estará cometendo um grave erro estratégico que levaria à escalada da violência no Iraque e à erupção de uma guerra civil destrutiva", acrescentou.
Uma corte de apelações iraquiana ratificou na terça-feira a pena de morte por enforcamento ditada contra o ex-ditador pela morte de 148 xiitas em Dujail, no norte do Iraque, em 1982.
A corte disse que a execução deveria ocorrer dentro de 30 dias. Enquanto isso, Saddam deve permanecer detido em uma prisão militar americana.
Mas a data é objeto de controvérsia. O jornal árabe internacional "Al Hayat" publicou que o ex-ditador será executado "dentro de poucos dias" na Zona Verde, em Bagdá, citando fontes do governo. Já o vice-ministro da Justiça afirmou que a morte será "após o lapso de 30 dias".
Ontem, o cardeal Renato Martino, chefe do departamento de Justiça e de Paz do Vaticano, disse ao diário "La Repubblica" que executar Saddam será pagar "um crime com outro crime". Ele disse ainda que a pena de morte vai contra os ensinamentos da Igreja Católica.
O presidente George W. Bush se reuniu ontem com assessores no Texas para para discutir sua nova estratégia no Iraque. Ele disse estar fazendo um bom progresso.