|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
opinião
Negociação abrangente é única solução
DO "NEW YORK TIMES"
É tentador ser condescendente com a ofensiva
que a Etiópia está conduzindo contra a Somália. O
ataque causou a derrota de
uma milícia islâmica que
vinha desafiando as Nações Unidas e, de acordo
com Washington, oferecia
guarida a terroristas internacionais. O governo Bush
não demorou a sucumbir a
essa tentação, e aprovou
os ataques da Etiópia.
Mas essa espécie de ataque preventivo unilateral
raramente resolve alguma
coisa, em especial quando
o país responsável pela invasão é visto como inimigo
há muito tempo.
A situação da Somália é
precária -um regime fraco de transição formado
por um aglomerado de líderes regionais de clãs e
facções militares, aos
quais se opõem islâmicos
radicais que controlam
milícias próprias.
Para deter o avanço desse movimento, as forças
armadas da Etiópia cruzaram uma fronteira internacional e derrotaram os
grupos islâmicos, que em
larga medida desapareceram do cenário público.
Mas embora as forças
moderadas da Somália rejeitem os líderes islâmicos, não é provável que
elas aceitem os soldados
etíopes. Etiópia e Somália
são rivais há muito tempo,
e foram à guerra no final
dos anos 70 devido a disputas territoriais.
Os EUA desperdiçaram
sua influência na Somália
ao oferecerem apoio a alguns líderes militares especialmente repulsivos,
com o objetivo de conter
os avanços dos islâmicos
radicais.
Mas Washington deveria usar o poder que ainda
tem de influenciar a Etiópia para pressionar por
uma rápida cessação das
hostilidades, a fim de impedir que o conflito se espalhe pela região. O caos
resultante criaria uma crise de refugiados e abriria
novo pólo de recrutamento de terroristas.
A comunidade internacional deveria tentar aproveitar o momento e pressionar por negociações em
torno da unidade nacional,
enquanto o poderio islâmico está em baixa e o governo provisório conquistou posição de maior paridade com relação aos seus
rivais.
Texto Anterior: Desordem gera saques e reaparição do mercado de armas; naufrágio mata 17 Próximo Texto: Iraque: Advogado pede que Saddam não seja entregue a iraquianos Índice
|