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ORIENTE MÉDIO
Ele se explodiu em ônibus a 15 metros da casa de Sharon; Al Aqsa reivindica a ação, a mais violenta em 4 meses
Suicida palestino mata 10 em Jerusalém
DA REDAÇÃO
Um homem-bomba palestino
se explodiu em um ônibus em Jerusalém, matando dez pessoas e
ferindo pelo menos 50 -dez estavam em estado grave. A ação foi a
mais sangrenta em quase quatro
meses e ocorreu a 15 metros da residência oficial do premiê israelense, Ariel Sharon. Ele não estava
no local na hora do ataque.
O atentado foi reivindicado pelo
grupo terrorista Brigadas dos
Mártires de Al Aqsa, ligado ao Fatah, grupo político do presidente
da Autoridade Nacional Palestina, Iasser Arafat.
Em resposta ao atentado, Sharon e o chanceler de Israel, Silvan
Shalom, cancelaram uma reunião
para discutir a redução das restrições aos palestinos. Em comunicado conjunto, os dois afirmaram
que não é momento de discutir
esse tema quando "israelenses são
assassinados nas ruas".
Já o ministro da Defesa de Israel,
Shaul Mofaz, disse que, por enquanto, não serão impostas novas
restrições aos palestinos. Segundo
ele, Israel está com uma política
de distinção entre terroristas e civis. O foco das ações são as organizações terroristas, disse.
A declaração foi dada após reunião com a missão americana para a região comandada pelo enviado especial John Wolf, que, devido à escalada de violência -anteontem Israel matou nove palestinos em combate na faixa de Gaza-, começa a ver mais uma vez
o fracasso da tentativa de levar israelenses e palestinos de volta à
mesa de negociação.
Raanan Gissin, porta-voz de
Sharon, afirmou que o atentado
ressalta a necessidade da barreira
que Israel está construindo para
separar o país da Cisjordânia. Segundo os israelenses, a barreira
impedirá a entrada de terroristas
palestinos no país para cometerem atentados. Os palestinos dizem que a separação visa incorporar áreas palestinas a Israel.
Os EUA condenaram o atentado. "Foi um ataque terrorista terrível", disse a jornalistas o porta-voz da Casa Branca, Scott McClellan. "Esses ataques apenas servem para minar as aspirações e
esperanças do povo palestino" ao
colocar em risco a criação de um
Estado palestino.
Palestinos
A Autoridade Nacional Palestina (ANP) também condenou o
atentado, mas fez questão de denunciar a morte de palestinos na
faixa de Gaza anteontem. O premiê palestino, Ahmed Korei, pediu que "todas as partes parem
com essa série sangrenta de violência", declarem um cessar-fogo
e retomem as negociações.
Abdel Aziz Rantissi, um dos
principais líderes do grupo terrorista Hamas, saudou o atentado.
"Não é importante quem realizou
a operação. A única coisa que é
muito importante é que nós estamos resistindo contra os que querem ocupar nossas terras e matar
nosso povo." Na ação israelense
na faixa de Gaza, um dos mortos
era do Hamas e cinco do grupo
terrorista Jihad Islâmico.
Corpos espalhados
Partes de corpos dos mortos
voaram para as casas na rua onde
ocorreu o ataque. Sobreviventes
feridos gritavam por ajuda e tentavam sair pelas janelas quebradas. Um pedaço do teto do ônibus
foi parar no telhado de um prédio
de dois andares. Testemunhas
disseram que o local do ataque estava com um forte cheiro de fumaça e sangue.
O terrorista levava 7 kg de explosivos presos a seu corpo, segundo a polícia israelense.
Ele se explodiu ao redor das 9h,
minutos após embarcar, quando
o ônibus número 19 estava a 15
metros da residência de Sharon,
no distrito de Rehavia, no centro
de Jerusalém.
Bret Stephens, editor-chefe do
diário israelense "The Jerusalem
Post", estava perto do local quando houve o atentado. "Havia vidro por todos os lados, restos de
pessoas, sapatos", disse.
Com agências internacionais
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