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No vale do Rift, disputa por terras alimenta violência
DA REDAÇÃO
O grande vale fértil que atravessa o centro do território do
Quênia, conhecido como vale
do Rift, se tornou um dos principais focos de violência e de
acertos de contas étnicos desde
o anúncio do resultado da eleição presidencial de dezembro
de 2007. Foi lá, em 31 de dezembro, que pelo menos 35
pessoas refugiadas em uma
igreja e pertencentes à etnia kikuyu foram queimadas vivas.
Na eleição, enquanto os
membros da etnia kikuyu
apoiavam um dos seus, o presidente Kibaki -que se declarou
vitorioso depois de um pleito
com fortes indícios de fraudes-, os kalenjins, outro grupo
étnico, votaram majoritariamente no candidato rival, Raila
Odinga.
O vale do Rift é a região mais
fértil e mais populosa do Quênia. No campo, os kikuyus são
vítimas de ataques promovidos
por membros do grupo kalenjin e se vêem forçados a fugir de
suas aldeias.
Pilhagens e incêndios sistemáticos devastaram cidades
como Mau Summit, que foi
praticamente apagada do mapa. A violência é alimentada
igualmente por antigas disputas de terra. Antes da independência, os kikuyus se instalaram no vale do Rift depois de
serem expulsos de suas terras
por colonos britânicos.
A violência no vale, grande
produtor de laticínios, agravou
o desabastecimento no país.
Turismo
O turismo também foi atingido. Nesta época do ano, hotéis
estariam lotados em todo o
país. A morte de dois turistas
alemães na costa agravou a situação. Agentes de viagens europeus pensam em estender
até abril o cancelamento de pacotes.
A meta inicial de crescimento econômico, previsto em 8%
neste ano, dificilmente será
atingida. Segundo especialistas
europeus, não deverá passar de
4,1%. Desde 2002, a economia
queniana estava em crescimento, e chegou a atingir 7% no ano
passado.
Com "Le Monde" e Ana Flor, colaboração para a
Folha, de Maputo
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