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Grupo é refém por 28 horas em assalto na Venezuela
Ladrões são capturados após fugirem em ambulância com seis dos seqüestrados
Ação, transmitida pelas TVs, foi em cidade do interior; de acordo com pesquisas, insegurança é principal problema venezuelano
FABIANO MAISONNAVE
DE CARACAS
Um assalto a banco deixou
mais de 30 pessoas seqüestradas por cerca de 28 horas na cidade venezuelana de Altagracia
de Orituco, 170 km a sudeste de
Caracas. Após um acordo feito
com o governador do Estado de
Guárico, Eduardo Manuitt, os
quatro assaltantes escaparam
numa ambulância com cinco
reféns. Cerca de duas horas depois, foram capturados e libertaram os últimos seqüestrados.
O seqüestro começou por
volta das 10h locais de anteontem, quando a agência do banco
BBVA Provincial, de capital espanhol, foi invadida pelos bandidos. Um vigia do banco conseguiu escapar -um dos assaltantes disparou contra ele, mas
não o atingiu. Depois, a polícia
cercou o local, iniciando o impasse que duraria várias horas.
Entre os reféns, estava um
bebê de apenas 15 dias e pelo
menos outras três crianças,
além de uma mulher grávida,
segundo a polícia local.
Ao longo do impasse, sete
pessoas foram soltas, mas as
crianças permaneceram detidas até a libertação em massa,
às 14h45 locais (2h30 a menos
que Brasília). "Se soltamos as
crianças, nos matam", disse um
dos seqüestradores à rádio colombiana Caracol. Ele prometeu explodir uma granada caso
tentassem uma invasão.
Ambulâncias levaram os ex-reféns a hospitais. Alguns estavam desidratados, mas não havia informações sobre feridos
graves. Um porta-voz do banco
disse que havia 34 seqüestrados, mas o governador Manuitt
afirmou que havia mais de 50.
Fuga
"Eles ameaçaram começar a
matar os reféns dentro de 20
minutos, e por isso tiveram a
autorização de sair", disse Manuitt, para justificar o acordo
para a fuga dos os assaltantes.
Os bandidos saíram do local
em uma ambulância levando
seis reféns que se voluntariaram. Cerca de duas horas depois, o veículo foi interceptado
pela polícia, a cerca de 50 km de
Caracas. Os ladrões libertaram
os reféns e se entregaram. Segundo o governador, não houve
disparos. O dinheiro roubado
foi recuperado.
Além de Manuitt, o ministro
do Interior da Venezuela, Ramón Rodríguez Chacín, participou pessoalmente da negociação. O impasse foi acompanhado ao vivo pelas TVs do país.
Apesar do clima de insegurança em que vive a Venezuela,
foi o primeiro caso do gênero
em Altagracia de Orituco, cidade de cerca de 40 mil habitantes com vocação agrícola.
A criminalidade é o principal
problema da Venezuela, segundo institutos de opinião. Pesquisa do instituto Datanálisis
publicada neste mês diz que a
insegurança é a maior preocupação para 52,7% dos entrevistados. Em segundo, vem o desemprego (16,7%). Um dos crimes que mais crescem é o seqüestro (alta de 48,6% em 2007
em relação a 2006). Proporcionalmente à população, a Venezuela ultrapassou a Colômbia
em ocorrências desse crime.
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