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Filho de líder da seita diz que pai é assassino
HENRI E. CAUVIN
do "The New York Times", em Uganda
O destino de Joseph Kibwetere, um dos líderes da
seita Movimento pela Restauração dos Dez Mandamentos de Deus, segue sendo um quebra-cabeça. Ninguém sabe ao certo se ele estava entre os mortos na capela incendiada no último
dia 17 ou se fugiu.
Vivo ou morto, para seu filho mais velho Kibwetere é
um assassino. "Sinto pena
por essas pessoas que morreram", diz o filho, Juvenar
Rugambwa, 36. "Na verdade, odeio o meu pai. Se ele
escapou, não hesitaria em
matá-lo se o encontrasse."
Rugambwa e sua mãe,
Theresa, que teve 16 filhos
com Kibwetere em 40 anos
de casamento, contam que o
homem que conheciam como católico temente mudou
após 1989. Nascido em 1932,
Kibwetere frequentou um
colégio católico. Tornou-se
professor e acabou criando
sua própria escola.
"Ele era um homem de
Deus", diz Matthias Igusha,
aluno de Kibwetere nos
anos 60. "Dava para dizer isso por suas práticas. Ele ia à
igreja e ajudava os doentes."
"Nunca brigamos", lembra sua mulher, também
professora: "Ele era um homem pacato". "Crescemos
num lar adorável, até ele trazer aquelas pessoas para casa", afirma o filho.
A medida que seguidores
da seita passaram a viver na
fazenda da família, a tensão
cresceu entre os fiéis e os familiares de Kibwetere.
"As pessoas que vieram
para cá nos maltratavam, dizendo que a Virgem Maria
os havia mandado nos manter sem comida e nos punir", lembra Rugambwa.
Então ele reagiu, com ajuda
da mãe. Em 92, o culto -e
seu líder- partiram para
Kanungu. Kibwetere nunca
mais voltou, apesar de ter sido chamado pela família.
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