São Paulo, quinta-feira, 30 de março de 2000


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Cherie Blair ganha mais que o marido

do "The New York Times"

A gravidez inesperada e o novo debate em torno da licença paternidade focalizaram a atenção pública sobre a figura de Cherie Blair, primeira cônjuge de um primeiro-ministro britânico a ter emprego em tempo integral.
Suas palavras raramente são citadas, mas ela é fotografada com frequência, uma primeira-dama silenciosa e adoradora que se coloca ao lado do marido em cerimônias oficiais, dando o sorriso assimétrico que é sua marca registrada. Cherie vem cumprindo sua promessa, feita no ano eleitoral, de acompanhar o marido quando fosse preciso, mas manter distância da política e do governo e continuar atuando como advogada.
Dias depois de Blair ser eleito, em 97, e de a família mudar-se para a residência mais conhecida do país, a casa do número 10 da rua Downing, em Londres, Cherie já estava de volta ao trabalho.
Ela pratica direito usando seu nome de solteira, Cherie Booth, e é especializada em direito trabalhista. Desloca-se pela cidade com o mínimo possível de alarde e sem receber qualquer tratamento especial. Esse fato veio à tona no ano passado, quando foi parada por um guarda do metrô e obrigada a pagar uma multa de US$ 22 por ter um bilhete de preço inferior ao trecho que estava percorrendo.
Cherie teve um histórico acadêmico brilhante na London School of Economics, superou todos os outros candidatos nos exames para ingressar na Ordem dos Advogados, começou a trabalhar como advogada em 1976 e, em pouquíssimo tempo, recebeu o título de Queen's Counsel, outorgado aos advogados de alto nível. Pretende voltar ao trabalho em setembro.
Se o premiê tivesse que abrir mão de seu salário durante sua licença-paternidade, o efeito sobre a renda da família Blair seria menor do que o de uma interrupção nos honorários de sua mulher. Acredita-se que Cherie ganhe quase três vezes mais do que os cerca de US$ 260 mil anuais que Blair recebe como premiê.
Cherie protege sua família com unhas e dentes e, no mês passado, impetrou um mandato contra o tablóide "The Mail on Sunday" e processou uma antiga babá para impedir a publicação de um relato de sua rotina doméstica, apesar do teor elogioso.


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