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Cherie Blair ganha mais que o marido
do "The New York Times"
A gravidez inesperada e o novo
debate em torno da licença paternidade focalizaram a atenção pública sobre a figura de Cherie
Blair, primeira cônjuge de um primeiro-ministro britânico a ter
emprego em tempo integral.
Suas palavras raramente são citadas, mas ela é fotografada com
frequência, uma primeira-dama
silenciosa e adoradora que se coloca ao lado do marido em cerimônias oficiais, dando o sorriso
assimétrico que é sua marca registrada. Cherie vem cumprindo sua
promessa, feita no ano eleitoral,
de acompanhar o marido quando
fosse preciso, mas manter distância da política e do governo e continuar atuando como advogada.
Dias depois de Blair ser eleito,
em 97, e de a família mudar-se para a residência mais conhecida do
país, a casa do número 10 da rua
Downing, em Londres, Cherie já
estava de volta ao trabalho.
Ela pratica direito usando seu
nome de solteira, Cherie Booth, e
é especializada em direito trabalhista. Desloca-se pela cidade com
o mínimo possível de alarde e sem
receber qualquer tratamento especial. Esse fato veio à tona no ano
passado, quando foi parada por
um guarda do metrô e obrigada a
pagar uma multa de US$ 22 por
ter um bilhete de preço inferior ao
trecho que estava percorrendo.
Cherie teve um histórico acadêmico brilhante na London School
of Economics, superou todos os
outros candidatos nos exames para ingressar na Ordem dos Advogados, começou a trabalhar como
advogada em 1976 e, em pouquíssimo tempo, recebeu o título de
Queen's Counsel, outorgado aos
advogados de alto nível. Pretende
voltar ao trabalho em setembro.
Se o premiê tivesse que abrir
mão de seu salário durante sua licença-paternidade, o efeito sobre
a renda da família Blair seria menor do que o de uma interrupção
nos honorários de sua mulher.
Acredita-se que Cherie ganhe
quase três vezes mais do que os
cerca de US$ 260 mil anuais que
Blair recebe como premiê.
Cherie protege sua família com
unhas e dentes e, no mês passado,
impetrou um mandato contra o
tablóide "The Mail on Sunday" e
processou uma antiga babá para
impedir a publicação de um relato de sua rotina doméstica, apesar
do teor elogioso.
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