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Senado aprova retirada do Iraque
Como os deputados, senadores dos EUA votaram lei que vincula gastos militares a data para saída
Democratas das duas Casas do Congresso pretendem consolidar uma só lei, que terá de enfrentar o veto do presidente George W. Bush
DENYSE GODOY
ENVIADA ESPECIAL A WASHINGTON
O Senado dos EUA aprovou
ontem uma proposta orçamentária que prevê a liberação de
US$ 122 bilhões para gastos militares e, em contrapartida, exige que tenha início em no máximo 120 dias a retirada das tropas americanas do Iraque.
O objetivo fixado é de que as
operações no país sejam encerradas até 31 de março de 2008,
mas essa data não é obrigatória
-ou seja, alguns soldados ainda
poderiam ficar lá algum tempo.
O projeto foi apresentado pelos democratas e recebeu o
apoio de dois republicanos,
passando por 51 votos a favor e
47 contra. Na semana passada,
a Câmara dos Representantes
(deputados federais) aprovou
proposta semelhante, que estabelece o dia 31 de agosto de
2008 como prazo final para que
a maior parte das tropas regresse aos EUA.
Os líderes do partido na Câmara e no Senado começarão a
discutir as duas versões do projeto na próxima semana para
produzir um texto final, único,
após o recesso de duas semanas
que acaba em 16 de abril.
Veto
O presidente George W.
Bush já havia advertido anteriormente que vai vetar qualquer medida que estabeleça um
prazo para a retirada e voltou a
protestar contundentemente
ontem contra a campanha democrata para que seja elaborado um cronograma.
"Quando temos tropas em
perigo, esperamos que essas
tropas recebam todos os recursos", afirmou. "Temos comandantes tomando decisões difíceis na frente de batalha, esperamos que não haja nada atrapalhando-os, e esperamos que
o Congresso seja sábio sobre
como gastar o dinheiro do povo."
Bush disse ainda que os militares precisam do dinheiro em
15 de abril e que o povo americano saberá de quem é a responsabilidade se faltar recursos para o Exército.
O líder da maioria no Senado,
o democrata Harry Reid, argumentou que está preparado para colocar a culpa em Bush se o
seu veto limitar os fundos para
os soldados. Os recursos incluem o custeamento de planos
de saúde para veteranos de
guerra e outros benefícios. "Caso o presidente vete a proposta,
será um asterisco na história.
Ele entra para os arquivos como o presidente que mais prejudicou os militares", disse.
Embora os democratas tenham maioria no Congresso, a
aprovação das medidas tem sido apertada. O partido não está
completamente unido em torno da questão e precisa angariar mais apoio para atingir os
dois terços necessários para
passar por cima do veto de
Bush, a quem tem desafiado ao
encaminhar essas propostas.
Os democratas ignoram as
acusações dos republicanos de
que tais medidas colocam os legisladores em uma posição de
estrategistas militares, papel
que não é seu, e também de que
marcar uma data para o fim da
guerra é avisar o inimigo sobre
quando será a rendição.
A tais críticas, os parlamentares da oposição respondem
que é seu dever intervir se Bush
não atende ao clamor da sociedade para encerrar a guerra.
Assim, aproveitam-se da baixa
popularidade do presidente para pavimentar o caminho das
eleições do ano que vem.
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