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EFEITO DA CRISE
Governo turco vence eleições municipais, mas perde força
DA REDAÇÃO
Os primeiros resultados
das eleições locais de ontem
na Turquia apontam vitória
do partido do primeiro-ministro Recep Erdogan.
Com 75% dos votos apurados, o AK (Partido da Justiça
e Desenvolvimento), laico de
raízes islâmicas, tinha 39%
dos votos -sete pontos a menos do que o obtido eleições
gerais de 2007. O principal
partido de oposição, o secular CHP (Partido Republicano Popular) tinha 20%.
O pleito era visto como um
referendo de Erdogan, que
queria sair fortalecido para
conduzir reformas políticas
e econômicas para ajudar a
entrada do país na União Europeia e a enfrentar a crise
econômica internacional.
O líder turco pretende fazer emendas constitucionais
para tornar mais difícil o fechamento de partidos, regra
herdada do golpe militar de
1980, e mudar o funcionamento da Corte Constitucional. Em 2008, o AK escapou
de ser dissolvido pela Suprema Corte turca, acusado de
violar os preceitos seculares
da Constituição dos anos 20.
Também há a expectativa
de que a Turquia firme um
novo acordo com o FMI
(Fundo Monetário Internacional) depois da votação. As
negociações com o órgão
multilateral já acontecem há
meses, e um acordo é visto
como fundamental para proteger o país da crise mundial.
Um dos maiores desafios
para o AK é o sudeste do país,
base eleitoral dos partidos
pró-curdo. Na Província de
Diyarbakir, o Partido da Sociedade Democrática obteve
75% dos votos, contra 25%
do AK. Vários confrontos foram registrados ontem, a
maioria justamente em regiões de população de etnia
curda. O choque entre grupos políticos rivais deixaram
pelo menos seis pessoas
mortas e quase cem feridas.
A oposição vem tentando
pôr em evidência o desemprego crescente, a desaceleração econômica e também
as acusações de corrupção
contra o partido do premiê,
para melhorar seu desempenho nas urnas.
Nas últimas eleições locais, o AK venceu em 12 das
16 principais cidades, incluindo Ancara e Istambul.
Com agências internacionais
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