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Meta de Bush é retomada do diálogo
PATRICK E. TULER
DO "THE NEW YORK TIMES"
Ao convencer Israel a aceitar o
acordo para levantar o cerco ao
presidente da Autoridade Nacional Palestina, Iasser Arafat, o presidente dos EUA, George W. Bush, deu um importante passo
para reforçar a credibilidade dos
norte-americanos com o mundo
árabe ao reposicionar a política
externa do país no Oriente Médio,
segundo afirmam analistas.
Mas a crise volátil que continua
radiando para fora da Terra Santa
em direção a outros centros árabes está distante de se encerrar.
Bush tem agora um desafio
muito mais complicado ao tentar
levar os dois lados de volta para a
mesa de negociações, onde as expectativas para a pressão norte-americana -e para o progresso no estreitamento das aparentemente intratáveis diferenças-
continuam elevadas tanto entre
os israelenses como entre os palestinos.
Em uma região onde dois pilares dos interesses norte-americanos são a estratégica proteção das
reservas internacionais de petróleo por meio das alianças com
países árabes e, separadamente, a
parceria estratégica com Israel, a
ação de Bush enviou uma mensagem crucial aos Estados moderado da região: a vontade do presidente dos EUA de exercer uma
grande pressão no governo do
premiê israelense, Ariel Sharon,
para reduzir a confrontação que
ameaça desestabilizar a região.
"Isso é apenas o começo, não é o
evento mais importante", afirmou o especialista em Oriente
Médio Anthony H. Cordesman,
do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais. "Os EUA tiveram de equilibrar sua política,
pois, de outro modo, criariam
ainda mais desconfiança porque
ninguém sabe como negociar
com o governo Bush", acrescentou o analista.
A mudança na diplomacia de
Bush aconteceu após uma sensata
advertência do príncipe Abdullah, herdeiro do trono da Arábia
Saudita e governante de fato do
país, segundo a qual poderia
ocorrer uma profunda ruptura
entre os EUA e o mundo árabe e
muçulmano caso os norte-americanos não se esforçassem para
acabar com as ofensivas israelenses. O presidente norte-americano e o monarca saudita se encontraram no rancho de Bush, no Texas, na semana passada.
Isso fez crescer imediatamente a
questão sobre a franqueza com
que Bush conseguiu resolver o
impasse em Ramallah.
Autoridades sauditas afirmaram que Abdullah deixou o país
satisfeito com o fato de que Bush
estava tomando uma atitude mais
agressiva para colocar um fim à
violência e para criar um novo cenário para anunciar o restabelecimento das negociações nos próximos dias.
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