São Paulo, terça-feira, 30 de abril de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

País diz que Arafat já pode deixar Ramallah

DA REDAÇÃO

Os seis palestinos procurados por Israel pela morte de um ministro e outras ações, que se encontram dentro do quartel-general do líder palestino Iasser Arafat, em Ramallah, devem ser transferidos a uma prisão em Jericó "nas próximas 48 horas".
A informação foi dada por um alto funcionário palestino à agência de notícias France Presse. Eles devem permanecer numa prisão da cidade sob a guarda de agentes dos EUA e do Reino Unido, que já teriam visitado o local ontem.
Autoridades palestinas se reuniram ontem com especialistas norte-americanos e britânicos para discutir o plano que estabelece o fim do confinamento de Arafat em seu QG em Ramallah, iniciado em 29 de março. "O encontro foi muito positivo. Haverá uma nova sessão amanhã [hoje"", uma autoridade palestina afirmou após as negociações em Ramallah.
Proposta dos EUA prevê que Arafat possa deixar seu quartel-general, permitindo que ele possa voltar a se locomover nos territórios palestinos e no exterior. Ele não deixa a cidade desde dezembro e, desde 29 de março, está sitiado em seu palácio presidencial por tropas de Israel.
Em troca, os palestinos devem deixar os seis procurados por Israel sob custódia dos representantes estrangeiros.
O ministro da Defesa de Israel disse ontem que Arafat já podia deixar o local, contanto que deixasse os acusados para trás.
Os EUA e o Reino Unido ainda não revelaram quais as pessoas que enviariam para atuar como "sentinelas" na prisão. Um porta-voz da Casa Branca disse que os monitores não serão militares. Devem chamar especialistas, que não vão usar armas, com experiência na polícia e em prisões.
Israel exigia a entrega dos seis, entre eles os responsáveis pela morte do ministro de Turismo Rehavam Zeevi, para pôr fim ao cerco. Uma corte militar palestina, formada dentro do complexo onde está Arafat, condenou na semana passada os responsáveis pelas mortes a penas que variam de um a 18 anos de prisão.
Além deles, Israel quer a entrega de Fuad Shubaki -tesoureiro de Arafat suspeito de envolvimento no episódio do barco Karine A, em janeiro deste ano, que contrabandeava armas do Irã para os palestinos e foi interceptado por Israel.
Segundo o Canal 1 da TV de Israel, as negociações para a transferência dos procurados para a prisão estariam emperradas em razão da resistência de Arafat em entregar Shubaki e Ahmed Sa'adat, líder da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) acusado de participar no assassinato do ministro do Turismo.


Com agências internacionais

Texto Anterior: Comentário: Comparações apressadas
Próximo Texto: Meta de Bush é retomada do diálogo
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.