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Sarkozy promete "virar a página de Maio de 1968"
Francês diz que esquerdas são assistencialistas
DO "LE MONDE"
Já na reta final da campanha
para o segundo turno das presidenciais francesas, no próximo
domingo, o candidato do bloco
de centro-direita, Nicolas Sarkozy, afirmou ontem que "virará a página de Maio de 1968",
menção à greve geral daquele
ano, desencadeada pelas barricadas estudantis.
Ele acusou as esquerdas, hoje
unidas em torno da candidata
socialista, Ségolène Royal, de
terem uma concepção "assistencialista" do Estado. A seu
ver, as esquerdas poderiam seguir o exemplo do ex-primeiro-ministro Jules Ferry (1832-1893), um reformista, mas preferiu o modelo de 1968.
Os veteranos daquele movimento -afirmou- preparam,
por meio da contestação sistemática aos parâmetros éticos, o
terreno para "os desvios do capitalismo financeiro" e para
que nas empresas estatais se
instalem marajás. Sarkozy se
definiu como "o candidato da
maioria silenciosa" e disse que
não representa a mídia, os aparelhos partidários, os sectarismos e os grupos de interesse.
Um porta-voz do Partido Socialista, Faouzi Lamdaoui, respondeu ao afirmar que o candidato conservador "tem a eterna
linguagem do ódio e da divisão
dos franceses e sempre procura
um bode expiatório".
Ségolène Royal, em entrevista na televisão, disse se sentir
próxima dos ambientalistas e
da extrema esquerda, dois setores que têm criticado sua aproximação com os centristas de
François Bayrou, o terceiro colocado no primeiro turno.
Disse, por exemplo, que concorda com Arlette Laguiller,
candidata trotskista da Luta
Operária, quando ela considera
que Sarkozy seria um perigo
para os trabalhadores mais modestos e agravaria a precariedade do mercado de trabalho.
Em visita mais tarde a um
hospital, ela prometeu que, se
eleita, aumentaria a dotação da
rede pública de saúde.
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