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DNA confirma que filhos de austríaca presa em porão são fruto de incesto
Mãe de vítima, que ignorava abusos do marido, se reúne com filha e netos
DA REDAÇÃO
Exames de DNA confirmaram que Josef Fritzl, 73, é pai
dos seis filhos vivos de Elisabeth Fritzl -filha de Josef, que
foi mantida por 24 anos em cativeiro no porão. Duzentos moradores da cidadezinha austríaca de Amstetten (130 km de
Viena) fizeram ontem vigília
em frente à clínica onde está
reunida a família Fritzl. Josef
está preso e, segundo as autoridades, tem mantido silêncio sobre detalhes do caso, a conselho
de seu advogado.
Elisabeth conta que em 1984,
quando ela tinha 18 anos, o pai a
atraiu até o porão de casa, onde
foi dopada e algemada. Desde
então, ela era tida como desaparecida e suspeitava-se que tivesse se unido a uma seita. Nos
24 anos de cativeiro, ela deu à
luz sete vezes no subsolo, sem
atrair a atenção da família ou
dos vizinhos.
Uma das crianças, que morreu ainda recém-nascida, teve o
corpo incinerado por Josef -a
polícia o investiga por omissão
de socorro. Três dos filhos de
Elisabeth, com idades de 19, 18
e 5 anos, viveram trancados
com a mãe desde o nascimento
no porão de 60 m2, isolado por
uma porta de concreto armado.
Eles jamais haviam visto a luz
do sol, recebido assistência médica ou ido à escola -sabem
ler, mas não muito bem, segundo as autoridades.
Os outros três eram criados
pela avó Rosemarie, 69, e o próprio Josef, que os levou, ainda
bebês, para a casa da família,
alegando à mulher que Elisabeth tinha abandonado as
crianças. Adotados pelo casal,
eles recebiam visitas de assistentes sociais, que nunca suspeitaram que algo estranho
acontecia na família.
Rosemarie diz que não fazia
idéia do que acontecia no subsolo. Emocionalmente abalada,
ela se reuniu ontem com a filha
e cinco netos na clínica. Os psiquiatras que acompanham a família disseram que o encontro
foi comovente.
Apenas a primogênita de Elisabeth não esteve presente:
Kerstin, 19, está internada em
estado crítico e respira com
ajuda de aparelhos. Foi a hospitalização da jovem e investigações sobre sua origem e histórico clínico que trouxeram à tona
o segredo do porão.
O crime chocou o país, que
há menos de dois anos se surpreendia com o caso Natascha
Kampusch -mantida por oito
anos no porão de um subúrbio
da capital. Ontem o ministro da
Justiça propôs um endurecimento da lei de proteção a vítimas de abuso sexual.
Com agências internacionais
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