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Em São Paulo, até quem veio do México há meses busca hospital
DA REPORTAGEM LOCAL
Um homem de calça de risca
de giz, jaqueta de couro e máscara cirúrgica era atendido ontem no guichê especial do Hospital Emílio Ribas, em São Paulo, para quem busca informações sobre a gripe suína. Passaria dali a pouco pela mesma
triagem que acabara de liberar
Sandra Reiser, que voltou de
Washington no sábado e nos
dias seguintes passou a sentir
sintomas de gripe.
A biomédica Sandra julgou
ser um dever se submeter a
uma avaliação, já que os EUA
têm casos da doença. "É preciso
evitar a transmissão."
Não foram colhidas amostras
de sangue ou secreção de Sandra nem da irmã, Solange, que,
apesar de não ter viajado, passou dias com Sandra e está gripada. Os testes só são feitos em
quem tem febre e tosse. "Dá até
vontade de espirrar agora. Sabe
quando um boceja e o outro boceja?", diz Solange. A irmã rejeita a tese de que pode ter sido
influenciada pela enxurrada de
notícias sobre a doença. "Não
tem nada de efeito psicológico.
Tenho sintomas."
Não há números oficiais, mas
o hospital de referência diz que
houve aumento dos atendimentos -o local foi buscado até
por quem viajou paro México
em dezembro, muito antes do
surto da gripe. Parte da ala de
pronto-socorro do Emílio Ribas está recebendo os pacientes. Nas portas dos leitos, isolados uns dos outros, a identificação "suspeita de gripe suína" e
indicação para uso de máscaras
e aventais descartáveis.
Voluntária no hospital, Elizabeth de Souza foi trabalhar
normalmente, apesar dos protestos dos filhos. "Essa gripe
não vai chegar por aqui."
(FM)
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