São Paulo, quinta-feira, 30 de abril de 2009

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México suspende serviços não essenciais

Parte da administração pública vai parar por cinco dias e ministro da Saúde recomenda que setor privado faça o mesmo

Após acusações de lentidão, chanceler mexicano afirma no Conselho de Segurança da ONU que ação do país foi transparente e responsável


DA REDAÇÃO

O ministro da Saúde do México, José Ángel Córdova, anunciou que a parte não essencial da administração pública mexicana vai parar por cinco dias, entre o feriado do Dia do Trabalho, amanhã, e a próxima terça. Ele pediu que o setor privado siga a mesma orientação. Córdova disse que devem permanecer abertos os serviços de alimentação, transporte, saúde e financeiros.
O país já havia determinado a suspensão das aulas, fechado cinemas, teatros, clubes e casas noturnas e instruído os restaurantes a só funcionarem para entrega em domicílio. Os sítios arqueológicos também foram fechados ao turismo.
Na mesma entrevista, ontem à noite, Córdova informou que os casos confirmados de gripe suína no país subiram para 99, com 8 mortos (a contagem oficial da OMS ainda era ontem de 26 casos e 7 mortes).
O ministro calculou que a gripe provocará queda de mais 0,3% a 0,5% no PIB do México -que já teve queda de 1,6% no quarto trimestre de 2008. O FMI já previa queda de 3,7% no PIB neste ano, por causa da crise nos EUA, maior parceiro econômico mexicano.
Segundo a associação hoteleira, os hotéis da capital registram apenas 10% de ocupação, e 60% das reservas para maio foram canceladas. O setor de alimentos calcula em mais de US$ 100 milhões as perdas. E a confederação de criadores de porco disse que a venda da carne do animal caiu 80% no país.

Na ONU
Na ONU, o México aproveitou ontem a presidência rotativa do CS (Conselho de Segurança) para defender sua atuação no combate à gripe. "O governo do México atuou com total transparência e senso de responsabilidade", disse a chanceler Patricia Espinosa em uma sessão do CS. Ela disse ainda que a atuação do país tem sido a mesma para cidadãos mexicanos e de outros países.
Espinosa recebeu o apoio da representante americana na ONU, Susan Rice. "Aplaudimos os esforços do nosso vizinho para conter a crise." O México chegou a receber críticas, inclusive do Brasil, por supostamente ter demorado a alertar para a gravidade do surto da gripe.
A diretora-geral da Organização Mundial da Saúde, Margaret Chan, também elogiou o México pela "abertura e transparência" no combate à gripe. O Peru suspendeu ontem voos vindos do México. Cuba, que havia cancelado os voos por 48 horas, estendeu a medida "indefinidamente". A Argentina não receberá voos vindo do país até a 0h de segunda, e o Equador anunciou restrições.
A AeroMéxico, uma das duas empresas que voam entre Brasil e México, diz que já chega a 25% o número de passageiros brasileiros cancelando ou adiando viagens para o país.

Com agências internacionais e FÁBIO AMATO, da Agência Folha, em São José dos Campos


Acompanhe a cobertura da gripe do porco
www.folha.com.br/091183



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