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México suspende serviços não essenciais
Parte da administração pública vai parar por cinco dias e ministro da Saúde recomenda que setor privado faça o mesmo
Após acusações de lentidão, chanceler mexicano afirma no Conselho de Segurança da ONU que ação do país foi transparente e responsável
DA REDAÇÃO
O ministro da Saúde do México, José Ángel Córdova,
anunciou que a parte não essencial da administração pública mexicana vai parar por cinco
dias, entre o feriado do Dia do
Trabalho, amanhã, e a próxima
terça. Ele pediu que o setor privado siga a mesma orientação.
Córdova disse que devem
permanecer abertos os serviços
de alimentação, transporte,
saúde e financeiros.
O país já havia determinado a
suspensão das aulas, fechado
cinemas, teatros, clubes e casas
noturnas e instruído os restaurantes a só funcionarem para
entrega em domicílio. Os sítios
arqueológicos também foram
fechados ao turismo.
Na mesma entrevista, ontem
à noite, Córdova informou que
os casos confirmados de gripe
suína no país subiram para 99,
com 8 mortos (a contagem oficial da OMS ainda era ontem de
26 casos e 7 mortes).
O ministro calculou que a
gripe provocará queda de mais
0,3% a 0,5% no PIB do México
-que já teve queda de 1,6% no
quarto trimestre de 2008. O
FMI já previa queda de 3,7% no
PIB neste ano, por causa da crise nos EUA, maior parceiro
econômico mexicano.
Segundo a associação hoteleira, os hotéis da capital registram apenas 10% de ocupação,
e 60% das reservas para maio
foram canceladas. O setor de
alimentos calcula em mais de
US$ 100 milhões as perdas. E a
confederação de criadores de
porco disse que a venda da carne do animal caiu 80% no país.
Na ONU
Na ONU, o México aproveitou ontem a presidência rotativa do CS (Conselho de Segurança) para defender sua atuação no combate à gripe.
"O governo do México atuou
com total transparência e senso de responsabilidade", disse a
chanceler Patricia Espinosa em
uma sessão do CS. Ela disse
ainda que a atuação do país tem
sido a mesma para cidadãos
mexicanos e de outros países.
Espinosa recebeu o apoio da
representante americana na
ONU, Susan Rice. "Aplaudimos
os esforços do nosso vizinho
para conter a crise." O México
chegou a receber críticas, inclusive do Brasil, por supostamente ter demorado a alertar para a
gravidade do surto da gripe.
A diretora-geral da Organização Mundial da Saúde, Margaret Chan, também elogiou o
México pela "abertura e transparência" no combate à gripe.
O Peru suspendeu ontem
voos vindos do México. Cuba,
que havia cancelado os voos por
48 horas, estendeu a medida
"indefinidamente". A Argentina não receberá voos vindo do
país até a 0h de segunda, e o
Equador anunciou restrições.
A AeroMéxico, uma das duas
empresas que voam entre Brasil e México, diz que já chega a
25% o número de passageiros
brasileiros cancelando ou
adiando viagens para o país.
Com agências internacionais e FÁBIO AMATO, da Agência Folha, em São José dos Campos
Acompanhe a cobertura da
gripe do porco
www.folha.com.br/091183
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