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À frente da UE, França tentará impor pacote antiimigração
DO "FINANCIAL TIMES"
O presidente francês, Nicolas
Sarkozy, está propondo uma
campanha coordenada de repressão à imigração ilegal, em
documentos oficiais vistos pelo
"Financial Times", e que foram
preparados para o período em
que a França ocupará a presidência da União Européia, a
partir de 1º de julho.
O documento -definido como "pacto sobre a imigração"-
também pede a implementação
acelerada dos vistos biométricos e do estudo compulsório de
idiomas para todos os novos
imigrantes. Reconhece que a
União Européia necessita de
imigrantes por motivos econômicos e demográficos, mas
acrescenta que "a Europa não
tem como acolher de maneira
digna todos aqueles que a vêem
como um Eldorado".
O texto apela aos países
membros da União Européia
que estabeleçam "contatos de
integração" compulsórios para
os recém-chegados. Eles teriam de aprender o idioma do
país em que vivem bem como
os "valores nacionais e europeus", tais como igualdade entre os sexos e tolerância.
As propostas de Sarkozy incluem uma nova campanha para forçar os imigrantes ilegais a
retornar aos seus países de origem. O texto surge após Sarkozy anunciar que a França
suspenderia as restrições a que
trabalhadores da Europa central e oriental, cujos países foram admitidos à União Européia em 2004, entrem em seu
mercado de trabalho.
Paris alega que apenas um
em cada três dos imigrantes ilegais que deveriam ser deportados é expulso de fato. O governo francês deseja que a União
Européia endureça os acordos
de "readmissão" com os países,
nos termos dos quais imigrantes ilegais podem ser devolvidos aos seus lugares de origem.
Há negociações em curso entre a UE e países como Marrocos, Paquistão e Turquia. O documento sugere que "todos os
instrumentos diplomáticos e
comerciais" sejam utilizados
nas negociações.
A proposta francesa também
sugere que a imigração fique
restrita a trabalhadores que supram capacitações escassas nos
países de destino, com base nas
necessidades do mercado de
trabalho de cada um.
A França está discutindo o
documento com os demais países, e os termos do pacto podem ser atenuados. No entanto, Sarkozy espera que os líderes da União Européia endossem a proposta em um encontro de cúpula neste ano.
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