São Paulo, sexta-feira, 30 de maio de 2008

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À frente da UE, França tentará impor pacote antiimigração

DO "FINANCIAL TIMES"

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, está propondo uma campanha coordenada de repressão à imigração ilegal, em documentos oficiais vistos pelo "Financial Times", e que foram preparados para o período em que a França ocupará a presidência da União Européia, a partir de 1º de julho.
O documento -definido como "pacto sobre a imigração"- também pede a implementação acelerada dos vistos biométricos e do estudo compulsório de idiomas para todos os novos imigrantes. Reconhece que a União Européia necessita de imigrantes por motivos econômicos e demográficos, mas acrescenta que "a Europa não tem como acolher de maneira digna todos aqueles que a vêem como um Eldorado".
O texto apela aos países membros da União Européia que estabeleçam "contatos de integração" compulsórios para os recém-chegados. Eles teriam de aprender o idioma do país em que vivem bem como os "valores nacionais e europeus", tais como igualdade entre os sexos e tolerância.
As propostas de Sarkozy incluem uma nova campanha para forçar os imigrantes ilegais a retornar aos seus países de origem. O texto surge após Sarkozy anunciar que a França suspenderia as restrições a que trabalhadores da Europa central e oriental, cujos países foram admitidos à União Européia em 2004, entrem em seu mercado de trabalho.
Paris alega que apenas um em cada três dos imigrantes ilegais que deveriam ser deportados é expulso de fato. O governo francês deseja que a União Européia endureça os acordos de "readmissão" com os países, nos termos dos quais imigrantes ilegais podem ser devolvidos aos seus lugares de origem.
Há negociações em curso entre a UE e países como Marrocos, Paquistão e Turquia. O documento sugere que "todos os instrumentos diplomáticos e comerciais" sejam utilizados nas negociações.
A proposta francesa também sugere que a imigração fique restrita a trabalhadores que supram capacitações escassas nos países de destino, com base nas necessidades do mercado de trabalho de cada um.
A França está discutindo o documento com os demais países, e os termos do pacto podem ser atenuados. No entanto, Sarkozy espera que os líderes da União Européia endossem a proposta em um encontro de cúpula neste ano.


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