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Abbas admite impotência diante de Israel
Presidente da ANP diz esperar que Obama pressione israelenses a aceitar Estado palestino e congelar colônias
Baz Ratner/Reuters
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Cartaz de empreendimento imobiliário israelense na Cisjordânia |
DA REDAÇÃO
O presidente da Autoridade
Nacional Palestina (ANP),
Mahmoud Abbas, afirmou que
nada pode fazer em relação ao
processo de paz com Israel e
disse esperar que os EUA pressionem o Estado judaico a fazer
concessões.
"Os americanos são os líderes do mundo e podem usar seu
peso contra quem eles quiserem. (...) Eles deveriam dizer
aos israelenses: "Agora, tratem
de cumprir com suas obrigações'", disse Abbas em entrevista publicada ontem no site
do jornal "Washington Post".
Na prática, o presidente da
ANP cobra de Obama que pressione o governo israelense do
premiê linha-dura Binyamin
Netanyahu a aceitar a criação
de um Estado palestino, ideia
que norteia as negociações de
paz desde os Acordos de Oslo
(1993), e a suspender a expansão das colônias na Cisjordânia.
Netanyahu defende a criação
de "zonas econômicas" palestinas e deixou claro que não impedirá o "crescimento natural"
das colônias judaicas.
Abbas disse ao "Washington
Post" que não negociará enquanto o israelense não recuar
de suas posições atuais.
A entrevista foi feita na quinta-feira, momentos antes de
Abbas ser recebido na Casa
Branca pelo presidente Barack
Obama. No encontro, o americano reiterou o apoio a Abbas.
Segundo um assessor do presidente palestino, serão necessários ao menos dois anos até
uma inflexão de Israel.
Abbas admitiu ter rejeitado
em 2008 um plano de paz apresentado por Ehud Olmert, antecessor de Netanyahu.
A iniciativa previa uma retirada israelense de 93% da Cisjordânia. Pelos termos do acordo, Israel manteria sob seu
controle blocos de assentamentos na Cisjordânia que
equivalem a 3% desse território
ocupado por Israel em 1967.
O presidente alegou que havia "um abismo" de divergências sobre detalhes do plano.
Ao "Post" Abbas, membro do
partido secular Fatah, admitiu
não ter como pressionar o rival
islâmico Hamas a reconhecer o
Estado judaico.
O governo do Fatah, único
reconhecido internacionalmente, só administra a Cisjordânia. A faixa de Gaza é controlada pelo Hamas, que venceu o
pleito legislativo de 2006 e expulsou o Fatah em 2007.
"Esperarei até o Hamas aceitar suas obrigações internacionais. Esperarei até Israel congelar os assentamentos (...).
Enquanto isso, na Cisjordânia
temos uma realidade boa, as
pessoas vivem normalmente",
disse Abbas, que será recebido
hoje pelo ditador do Egito,
Hosni Mubarak.
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