São Paulo, sábado, 30 de maio de 2009

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Abbas admite impotência diante de Israel

Presidente da ANP diz esperar que Obama pressione israelenses a aceitar Estado palestino e congelar colônias

Baz Ratner/Reuters
Cartaz de empreendimento imobiliário israelense na Cisjordânia


DA REDAÇÃO

O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, afirmou que nada pode fazer em relação ao processo de paz com Israel e disse esperar que os EUA pressionem o Estado judaico a fazer concessões.
"Os americanos são os líderes do mundo e podem usar seu peso contra quem eles quiserem. (...) Eles deveriam dizer aos israelenses: "Agora, tratem de cumprir com suas obrigações'", disse Abbas em entrevista publicada ontem no site do jornal "Washington Post".
Na prática, o presidente da ANP cobra de Obama que pressione o governo israelense do premiê linha-dura Binyamin Netanyahu a aceitar a criação de um Estado palestino, ideia que norteia as negociações de paz desde os Acordos de Oslo (1993), e a suspender a expansão das colônias na Cisjordânia.
Netanyahu defende a criação de "zonas econômicas" palestinas e deixou claro que não impedirá o "crescimento natural" das colônias judaicas.
Abbas disse ao "Washington Post" que não negociará enquanto o israelense não recuar de suas posições atuais.
A entrevista foi feita na quinta-feira, momentos antes de Abbas ser recebido na Casa Branca pelo presidente Barack Obama. No encontro, o americano reiterou o apoio a Abbas.
Segundo um assessor do presidente palestino, serão necessários ao menos dois anos até uma inflexão de Israel.
Abbas admitiu ter rejeitado em 2008 um plano de paz apresentado por Ehud Olmert, antecessor de Netanyahu.
A iniciativa previa uma retirada israelense de 93% da Cisjordânia. Pelos termos do acordo, Israel manteria sob seu controle blocos de assentamentos na Cisjordânia que equivalem a 3% desse território ocupado por Israel em 1967.
O presidente alegou que havia "um abismo" de divergências sobre detalhes do plano.
Ao "Post" Abbas, membro do partido secular Fatah, admitiu não ter como pressionar o rival islâmico Hamas a reconhecer o Estado judaico.
O governo do Fatah, único reconhecido internacionalmente, só administra a Cisjordânia. A faixa de Gaza é controlada pelo Hamas, que venceu o pleito legislativo de 2006 e expulsou o Fatah em 2007.
"Esperarei até o Hamas aceitar suas obrigações internacionais. Esperarei até Israel congelar os assentamentos (...). Enquanto isso, na Cisjordânia temos uma realidade boa, as pessoas vivem normalmente", disse Abbas, que será recebido hoje pelo ditador do Egito, Hosni Mubarak.


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