São Paulo, quinta-feira, 30 de junho de 2005

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Cresce consumo global de substâncias ilícitas

DA SUCURSAL DO RIO

A comparação com o relatório da ONU divulgado no ano passado, com dados principalmente de 2001 a 2003, mostra que houve um aumento do consumo de drogas ilícitas.
O número de usuários na época foi estimado em 185 milhões (ou 4,7% da população entre 15 e 64 anos). No relatório deste ano, com dados de 2003 e 2004, esse número chegou a 200 milhões (5% da população). Desses, 40 milhões foram identificados como usuários regulares.
As drogas ilícitas mais consumidas são a maconha e o haxixe, com aproximadamente 160,9 milhões de usuários, ou 4% da população entre 15 e 64 anos.
Em comparação com o relatório anterior, foram essas drogas que apresentaram também maior crescimento em número de consumidores, passando de 146,2 milhões para 160,9 milhões.
Em termos proporcionais, no entanto, o maior aumento foi verificado no consumo de heroína, que cresceu 15,2%, passando de 9,2 milhões para 10,6 milhões.
As drogas que apresentaram queda foram as anfetaminas e o ecstasy. No caso das primeiras, houve uma redução de 11,5%, com o número de consumidores caindo de 29,6 milhões para 26,2 milhões, ou seja, 3,4 milhões a menos. A diminuição do número de usuários de ecstasy foi menos significativa: a redução foi de 4,8% por causa da queda de 8,3 milhões para 7,9 milhões.
Apesar do crescimento do consumo de drogas ilícitas, a ONU destaca em seu relatório que ele ainda é muito menor do que o das lícitas, já que 50% da população entre 15 e 64 anos faz uso de álcool e 30% de cigarro, um percentual muito superior aos 5% estimados no caso das substâncias ilícitas.

Brasil
O Brasil não tem grande destaque no texto da ONU. O país não é citado como produtor em escala mundial de nenhuma das drogas pesquisadas, e os níveis de consumo no país são, em geral, menores do que a média no globo.
Segundo o relatório, apenas 1% da população brasileira entre 15 e 64 anos faz uso de maconha ou haxixe (a média mundial é de 4%). No caso das anfetaminas, a porcentagem brasileira é de 0,3%, ante 0,6% da média mundial. A proporção de consumidores de ecstasy no país é igual à da média mundial, de 0,2%, e a de cocaína, ligeiramente superior: 0,4% ante 0,3% da média mundial.
Para permitir a comparação com outros países, a ONU listou 15 nações com características semelhantes (como população e PIB). Nesse grupo, o Brasil aparece apenas como 12º maior consumidor de maconha e haxixe, 10º de cocaína e de anfetaminas e 7º no de ecstasy.
Fazem parte do grupo países como Argentina, México, EUA, Espanha e Austrália. Este último aparece com os maiores percentuais no consumo de maconha e haxixe, anfetaminas e ecstasy. Os menores percentuais foram encontrados na China e no Japão.


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