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IRAQUE OCUPADO
Militares dizem estar 'fechando o cerco'; em nova fita, voz atribuída ao ex-ditador jura vingar Uday e Qusay
EUA capturam guarda-costas de Saddam
DA REDAÇÃO
Os EUA anunciaram a captura
de um dos principais guarda-costas de Saddam Hussein, avançando na caçada ao ex-ditador iraquiano após terem matado seus
filhos Uday e Qusay na semana
passada. Ontem, uma gravação
atribuída ao ex-ditador em que
ele lamentaria a morte dos filhos
foi apresentada na TV Al Arabyia.
Em entrevista à CNN, Richard
Armitage, subsecretário de Estado, afirmou acreditar que as forças dos EUA no Iraque estejam
"apenas algumas horas atrás de
Saddam Hussein".
A recompensa de US$ 25 milhões oferecida em troca de informações levando ao ex-ditador, segundo os militares, estimulou os
iraquianos a colaborar com as
tropas, sobretudo após a morte de
Uday e Qusay. Com isso, o número de operações de busca promovidas pelos EUA cresceu.
Na nova fita -a quarta desde
que Saddam desapareceu, após a
tomada da capital iraquiana, Bagdá, em 9 de abril- , uma voz jura
vingar Uday e Qusay e expulsar as
forças dos EUA. "Eles morreram
como mártires em nome do jihad", disse.
Nenhuma das fitas divulgadas
até agora pôde ter sua autenticidade comprovada, mas, nos casos
anteriores, a inteligência americana disse que "provavelmente se
tratasse" do ex-ditador.
Homem forte
Adnan Abdullah Abid al Musslit, descrito como o guarda-costas
que acompanhou Saddam "durante toda a vida", foi capturado
em sua casa, durante uma extensa
operação em Tikrit, a cidade em
que Saddam foi criado.
A ofensiva de ontem, que envolveu 58 ataques, terminou com a
detenção de 175 suspeitos -entre
eles, Daher Ziana, ex-chefe de segurança de Tikrit e Rafa Idham
Ibrahim al Hassan, um dos líderes
da milícia paramilitar Fedayin.
Os três homens foram submetidos a interrogatório. Também foram apreendidos documentos,
nos quais os americanos crêem
existir informações sobre o regime deposto e, eventualmente, sobre o paradeiro do ex-ditador.
"A cada um que pegamos, fechamos o cerco", afirmou o coronel Steve Russell, comandante do
22º Regimento da 4ª Divisão de
Infantaria. "As fotos e os documentos ligam os pontos."
O comando americano acredita
que Al Musslit conheça os lugares
em que o ex-ditador poderia estar
escondido. Quando se aposentou,
Al Musslit era um dos guarda-costas que gozavam de mais confiança do ex-ditador e, segundo
Russell, foi convocado para reassumir o posto antes da guerra.
"Zona de guerra"
A região que vai de Tikrit (noroeste) a Bagdá (centro) e Fallujah
(oeste) é conhecida como Triângulo Sunita por abrigar a maior
parte da minoria muçulmana à
qual pertence Saddam.
"Cerca de 80% dos incidentes
de segurança ocorrem lá. É justo
dizer que a região ainda é uma zona de guerra", disse o general Richard Myers em entrevista coletiva na Embaixada dos EUA em
Nova Déli, onde estava para discutir cooperação militar.
Os militares americanos atribuem a resistência a simpatizantes do ex-ditador, enquanto analistas apontam outras facções como participantes dos ataques.
"Combatentes estrangeiros talvez
estejam vindo para cá", disse
Myers, sem dar detalhes.
A administração americana no
Iraque, que já acusou o Irã de enviar combatentes, disse que está
investigando dois jornalistas iranianos presos por violações das
normas de segurança no Iraque,
no dia 2 de julho. Teerã exigiu a libertação dos dois, que teriam viajado para fazer um documentário
para a rede estatal Irib.
Desde que o presidente George
W. Bush declarou o fim dos principais confrontos, em 1º de maio,
50 soldados americanos foram
mortos em ações hostis e outros
58 em acidentes. Durante a guerra, esses saldos foram, respectivamente, de 114 e 22 mortes.
Com agências internacionais
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