DA REDAÇÃO

O Conselho de Governo Iraquiano decidiu ontem, após duas semanas de discussões, estabelecer que sua presidência seria rotativa e escolheu 9 de seus 25 membros para ocupá-la por mandatos ainda indefinidos.
Os nomeados são os sunitas Adnan Pachachi, chanceler iraquiano até o golpe do Partido Baath (1968), Ahmad Chalabi (Congresso Nacional Iraquiano) e Mohsen Abdel-Hamid (Partido Islâmico Iraquiano), os curdos Jalal Talabani (União Patriótica do Curdistão) e Massoud Barzani (Partido Democrático do Curdistão), os xiitas Ibrahim al Jaafari (Partido Islâmico Dawa), Abdel-Aziz al Hakim (Conselho Supremo para a Revolução Islâmica no Iraque), Iyad Allawi (Acordo Nacional Iraquiano) e o clérigo Mohammed Bahr al Uloum. A ordem em que eles assumirão não foi definida.
Segundo fonte próxima ao conselho, citada pela Reuters, a decisão reflete "o desejo dos membros de dividir responsabilidades".
O conselho foi empossado pela Autoridade Provisória da Coalizão, no último dia 13, como o primeiro passo no estabelecimento de um governo democrático no Iraque. Ele é responsável pelo aconselhamento do diplomata americano Paul Bremer, líder da APC, pela escolha de ministros e pela aprovação do Orçamento.
Em Washington, senadores do governo e da oposição criticaram a falta de um cronograma da ocupação do Iraque, operação em que os EUA gastam US$ 3,9 bilhões por mês. O diretor de Orçamento do governo, Joshua Bolten, e Paul Wolfowitz, subsecretário da Defesa, disseram à Comissão de Relações Exteriores do Senado que a segurança precária torna a tarefa quase impossível.

Refugiados
O Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur) anunciou que os primeiros refugiados iraquianos a retornarem ao país após a queda do regime de Saddam Hussein deixaram a Arábia Saudita na noite de ontem. Eles estavam no campo de Rafha desde o fim da Guerra do Golfo, em 1991. As 240 pessoas -em sua maioria, soldados desertores e prisioneiros dos EUA libertados no Kuait- devem viajar de ônibus via Kuait até Basra (sul).
Segundo o Acnur, 3.600 iraquianos retornarão ao país até o fim do ano. A agência estima em 1 milhão o número de refugiados iraquianos espalhados pelo mundo.