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São Paulo, quarta-feira, 30 de julho de 2003

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Uday e Qusay tinham US$ 100 mi, diz revista

DA REDAÇÃO

Após um intenso cerco na semana passada, os soldados dos EUA acharam, nos escombros perto do corpo de Uday Hussein, sua maleta, segundo descreve a reportagem de capa da última edição da revista americana "Newsweek". O conteúdo incluía analgésicos, vários frascos de colônia, Viagra, caixas fechadas de cuecas, camisas usadas, uma gravata de seda e uma camisinha. Uday e seu irmão, Qusay, também levavam cerca de US$ 100 milhões em dinar iraquiano e dólar e duas bolsas femininas.
"Parecia que eles tinham saído para uma última noite de diversão, não que haviam morrido numa última batalha", diz o texto. Os dois filhos de Saddam eram os números dois e três no baralho dos mais procurados feito pelos EUA. O ex-ditador é o primeiro.
A "Newsweek" pergunta se as mortes vão acalmar a guerrilha iraquiana, que mata americanos quase diariamente. Um funcionário da inteligência curda disse à revista que Uday e Qusay comandavam a guerrilha. Um ex-integrante do governo iraquiano pensa que muitos dos 35 mil homens leais a Saddam se dividiram em grupos como "As Brigadas Negras" e "O Exército da Vingança".
A inteligência dos EUA não sabe dizer com certeza se a guerrilha no Iraque tem um comando central ou se é feita por grupos de assassinos, segundo a "Newsweek". Espera-se que a resistência fique desmoralizada após a morte dos dois homens, que personificavam a crueldade do regime deposto.
Mas muitos iraquianos duvidaram da morte de ambos, de acordo com o texto. Pelas primeiras fotos divulgadas, a reportagem afirma que os dois homens poderiam ser qualquer pessoa tirada de um necrotério. Então, no dia seguinte, as redes de TV puderam filmar Uday e Qusay arrumados, mas ainda com marcas de balas. Para a "Newsweek", alguns iraquianos não ficaram convencidos e provavelmente nunca ficarão.
Os EUA caçaram por meses os filhos de Saddam, mas com pistas falsas, até que, em 22 de julho, a revista relata que soldados bateram na porta de uma mansão, em Mossul. O dono, Nawaf al Zaidan, 46, abriu a porta. Oportunista que se gaba de suas relações, ele estava perto de seu maior feito, segundo a "Newsweek". Uday e Qusay tinham, cada um, a proteção de só um guarda-costas. Com a morte dos filhos de Saddam, Al Zaidan deverá receber US$ 30 milhões.


Com agências internacionais

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