São Paulo, sexta-feira, 30 de julho de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CHILE

Evasão é estimada em US$ 625 mil

Filho de Pinochet é preso por fraude fiscal

DA REDAÇÃO

O empresário Augusto Pinochet Hiriart, filho mais velho do ex-ditador chileno Augusto Pinochet (1973-1990), foi preso ontem na capital do Chile, Santiago, por suposto envolvimento em um caso de fraude fiscal.
A prisão acontece duas semanas depois de uma comissão do Senado americano revelar que o ex-ditador manteve, de 1994 a 2002, entre US$ 4 milhões e US$ 8 milhões em contas bancárias no Riggs Bank de Washington, o que levou à abertura de uma investigação judicial no Chile sobre os bens do ex-ditador e de sua família.
Ontem, o Serviço de Impostos Internos do Chile anunciou o início de uma investigação sobre as contas do ex-ditador, para determinar se durante o período houve também sonegação de impostos.
Pinochet Hiriart foi detido por ordem de uma corte da cidade de Curicó (201 km ao sul da capital). O chamado "Caso Faturas" data de 2002. Naquele ano, o SII encaminhou um pedido para que o Ministério Público investigasse a existência de uma milionária fraude tributária com faturas falsificadas em vendas de automóveis. Autoridades locais estimam que a fraude pode ter evadido dos cofres chilenos aproximadamente US$ 625 mil.
O nome de Pinochet Hiriart surgiu no caso durante o interrogatório do líder da quadrilha, o também comerciante Carlos Araya Polgar, preso em abril do ano passado.
Essa não é a primeira vez que Pinochet Hiriart aparece envolvido em processos judiciais.
Em 1990, o comerciante foi investigado por uma comissão do Parlamento chileno depois de ter vendido ao Exército, a mando de seu pai, uma fábrica de fuzis em uma operação de US$ 3 milhões. A investigação foi interrompida em meados da década de 90, quando o então presidente Eduardo Frei alegou "razões de Estado" para não levar aos tribunais o filho do ex-ditador.
Em 1998, também em Curicó, Pinochet Hiriart foi acusado de fraude por ter comprado veículos e não tê-los pago. O comerciante alegou que passava por dificuldades econômicas, e o processo foi arquivado.
O advogado do empresário, Aldo Duque, disse que não entende a prisão e manifestou sua inquietação porque ela ocorre "em um momento especial", referindo-se às investigações sobre os bens do ex-ditador.


Com agências internacionais

Texto Anterior: Premiê pede força militar muçulmana
Próximo Texto: Colômbia: Bogotá acha 750 kg de explosivos
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.