|
Texto Anterior | Índice
China promete agir para reduzir a aplicação da pena de morte
Suprema Corte quer diminuir número de crimes puníveis com execução
DO "NEW YORK TIMES", EM PEQUIM
A China, que executa mais
pessoas do que qualquer outro
país no mundo, diz que será
mais leniente com as pessoas
condenadas à morte, anunciou
ontem a mídia estatal.
O vice-presidente da Suprema Corte do Povo, Zhang Jun,
disse ao jornal "China Daily"
que a pena de morte deve ser
reservada a um número pequeno de crimes graves, especialmente os que põem em risco a
estabilidade social.
Mais de 60 crimes são hoje
passíveis de pena de morte na
China, incluindo os de sonegação de impostos, desfalque e
tráfico de drogas.
"Os departamentos judiciais
devem usar o menor número
possível de condenações à morte, e as sentenças de morte não
devem ser dadas aos que não
têm razões para serem executados", afirmou Zhang.
Grupos de defesa dos direitos
humanos, como a Anistia Internacional, estimam que mais
de 1.700 pessoas foram executadas na China em 2008.
No ano passado, a Corte derrubou 10% de todas as sentenças de morte impostas por tribunais inferiores. Embora não
tenha explicado exatamente
como o Judiciário vai reduzir as
execuções, Zhang sugeriu que o
número de crimes passíveis da
pena de morte será reduzido
por uma nova legislação e que
os tribunais inferiores serão
encorajados a dar uma sentença conhecida como "pena de
morte com suspensão".
Ele observou que, em casos
recentes, a Suprema Corte reverteu as sentenças dadas por
crimes passionais ou a condenados que se comprometeram
a indenizar os familiares de
suas vítimas.
Grupos de defesa dos direitos
humanos saudaram o anúncio,
mas disseram que o governo
deveria permitir o acesso a
mais informações sobre execuções. "Se o governo quer que o
mundo leve a sério suas iniciativas de reforma, um bom primeiro passo seria revelar quantas pessoas executa por ano",
disse Phelim Kine, da ONG Human Rights Watch.
Texto Anterior: África: Exército amplia ofensiva contra radicais islâmicos na Nigéria Índice
|