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Uribe "deplora" fala de Lula sobre conflito na região
Presidente da Colômbia afirma que colega brasileiro ignora a ameaça que representam as Farc na Venezuela
Palácio do Planalto diz que líder brasileiro não responderá; avaliação interna é de que fala
de Uribe foi descabida
FLÁVIA MARREIRO
ENVIADA ESPECIAL A QUITO
DE BRASÍLIA
O presidente da Colômbia,
Álvaro Uribe, lançou nota na
qual "deplora" as declarações do colega brasileiro,
Luiz Inácio Lula da Silva, de
que as acusações de Bogotá
contra Caracas se devem apenas a suas diferenças "pessoais" com Hugo Chávez.
A nota da Presidência colombiana afirma que Lula
"ignora a ameaça que a presença de terroristas das Farc
[Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia] na Venezuela representa para a Colômbia e para o continente".
As críticas foram repetidas
pelo chanceler colombiano,
Jaime Bermúdez, ao chegar
ontem à tarde na chancelaria
equatoriana, onde acontece
a reunião extraordinária da
Unasul (União de Nações
Sul-Americanas) sobre a crise Venezuela-Colômbia.
Bermúdez disse não ter
"maiores expectativas" sobre o encontro, que não havia sido concluído até o fechamento desta edição.
Uribe reagia às declarações de Lula, que, na quarta-feira, afirmou que via apenas
"conflito verbal" entre Bogotá e Caracas.
O presidente Lula decidiu
não responder às criticas de
Uribe. "Lula tomou conhecimento das declarações e não
considera apropriado que se
responda", disse o porta-voz
da Presidência, Marcelo
Baumbach.
Segundo assessor próximo a Lula, desde que se iniciou a crise, o presidente brasileiro deixou claro aos seus
auxiliares sua intenção de
não polemizar e não colocar
mais lenha na fogueira. Internamente, as declarações
de Uribe foram consideradas
exageradas e descabidas.
Apesar da reação de Uribe,
a estratégia de Lula será de
"colocar panos quentes".
Lula mantém a previsão de
se reunir com Hugo Chávez
no dia 6, em Isla Margarita
(Venezuela), e na mesma
noite com Uribe, em Bogotá.
EMPURRA-EMPURRA
Na reunião da Unasul, a
portas fechadas, o representante colombiano voltou a insistir na criação de um "mecanismo ágil e eficaz" para
corroborar ou não as denúncias de Bogotá de que a Venezuela abriga líderes guerrilheiros.
O chanceler venezuelano,
Nicolás Maduro, chegou a
Quito insistindo numa proposta de paz para a Colômbia, já rejeitada pelo governo
Uribe. Na entrada, o clima de
tensão entre os países se refletiu na relação entre a imprensa colombiana e o ministro venezuelano.
Houve um começo de empurra-empurra entre jornalistas e seguranças de Maduro, logo controlado.
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