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ÁSIA
Taleban reivindica ação em Cabul que visou firma de segurança americana; ataque a escola matou nove crianças e adolescentes
Dois atentados matam 17 no Afeganistão
DA REDAÇÃO
Pelo menos 17 pessoas -sendo
nove crianças e adolescentes-
morreram em dois atentados terroristas entre a noite de sábado e
ontem no Afeganistão.
A milícia extremista Taleban
reivindicou a ação de ontem em
uma área rica de Cabul, que deixou sete mortos: dois americanos,
dois afegãos e três nepaleses. Eles
estavam diante dos escritórios de
uma companhia de segurança internacional, baseada nos EUA.
Essa companhia, denominada
Dyncorp, faz a segurança do presidente do Afeganistão, Hamid
Karzai, e de representantes do governo americano no país e no Iraque. Além disso, a empresa treina
a polícia afegã.
O Taleban foi o responsável pelo ataque, segundo Abdul Latif
Halimi, porta-voz do grupo. Ele
afirmou que foi utilizada uma
bomba detonada por controle remoto na ação. "Há alguns minutos, ele [o membro do Taleban]
telefonou para o nosso líder para
dizer que havia finalizado a sua
missão e que tinha saído vivo",
disse o porta-voz, que acrescentou: "Muitos membros do Taleban ainda entrarão em Cabul para
explodir mais bombas".
Apesar da declaração do porta-voz, não está descartado que a
ação tenha sido suicida.
O Taleban foi derrubado pela
coalizão militar liderada pelos
EUA em novembro de 2001. A milícia, que impôs um regime extremista islâmico no país, dava guarida a membros da rede terrorista
Al Qaeda, como o saudita Osama
bin Laden.
O Taleban já afirmou antes que
pretende lançar uma ampla campanha de violência para desestabilizar o Afeganistão às vésperas
da eleição presidencial do país em
outubro.
Não há informação sobre o número de feridos na ação de ontem. Dezenas de veículos ficaram
destruídos e a área foi isolada.
"Esse ataque covarde não afetará a participação dos EUA nos esforços para ajudar o Afeganistão a
se sustentar com os seus próprios
pés", afirmou o embaixador dos
EUA na capital afegã, Zalmay
Khalizad.
Escola
Quatro crianças, cinco adolescentes e um adulto foram mortos
em explosão que atingiu uma escola na Província de Paktia na
noite sábado, segundo informou
uma porta-voz americana.
Segundo a sargento americana
Ann Bennet, um menino de oito
anos ficou ferido no atentado e estava sendo tratado em uma base
militar americana. Ela não informou se havia outros feridos.
"A explosão ocorreu à noite
dentro de uma madraça [escola
religiosa] privada", afirmou o governador de Paktia, Haji Assadullah Wafa, por telefone à agência
de notícias Reuters.
A escola se localizava na vila de
Naiknaam, perto da cidade de
Zormat, a 125 km ao sul de Cabul,
de acordo com a agência de notícias afegã Afghan Islamic Press.
As salas de aula da escola também eram utilizadas por organizações não-governamentais que
dão aulas para mulheres afegãs.
O governador de Paktia disse
que havia informações contraditórias sobre a causa da explosão.
Alguns dizem que um explosivo
foi colocado em uma motocicleta
estacionada fora da escola. Outros
afirmam que a bomba estava dentro da madraça.
Nenhum grupo terrorista reivindicou a ação de sábado na madraça no sul do Afeganistão.
Cerca de 18 mil soldados americanos em conjunto com o recentemente formado Exército Nacional Afegão têm realizado operações para prender insurgentes no
sul e no sudeste do país.
Quase mil pessoas, incluindo
militantes, soldados, civis e funcionários de agências humanitárias, foram mortos em ataques e
confrontos no país neste ano.
Com agências internacionais
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