São Paulo, segunda-feira, 30 de agosto de 2004

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ÁSIA

Taleban reivindica ação em Cabul que visou firma de segurança americana; ataque a escola matou nove crianças e adolescentes

Dois atentados matam 17 no Afeganistão

DA REDAÇÃO

Pelo menos 17 pessoas -sendo nove crianças e adolescentes- morreram em dois atentados terroristas entre a noite de sábado e ontem no Afeganistão.
A milícia extremista Taleban reivindicou a ação de ontem em uma área rica de Cabul, que deixou sete mortos: dois americanos, dois afegãos e três nepaleses. Eles estavam diante dos escritórios de uma companhia de segurança internacional, baseada nos EUA.
Essa companhia, denominada Dyncorp, faz a segurança do presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, e de representantes do governo americano no país e no Iraque. Além disso, a empresa treina a polícia afegã.
O Taleban foi o responsável pelo ataque, segundo Abdul Latif Halimi, porta-voz do grupo. Ele afirmou que foi utilizada uma bomba detonada por controle remoto na ação. "Há alguns minutos, ele [o membro do Taleban] telefonou para o nosso líder para dizer que havia finalizado a sua missão e que tinha saído vivo", disse o porta-voz, que acrescentou: "Muitos membros do Taleban ainda entrarão em Cabul para explodir mais bombas".
Apesar da declaração do porta-voz, não está descartado que a ação tenha sido suicida.
O Taleban foi derrubado pela coalizão militar liderada pelos EUA em novembro de 2001. A milícia, que impôs um regime extremista islâmico no país, dava guarida a membros da rede terrorista Al Qaeda, como o saudita Osama bin Laden.
O Taleban já afirmou antes que pretende lançar uma ampla campanha de violência para desestabilizar o Afeganistão às vésperas da eleição presidencial do país em outubro.
Não há informação sobre o número de feridos na ação de ontem. Dezenas de veículos ficaram destruídos e a área foi isolada.
"Esse ataque covarde não afetará a participação dos EUA nos esforços para ajudar o Afeganistão a se sustentar com os seus próprios pés", afirmou o embaixador dos EUA na capital afegã, Zalmay Khalizad.

Escola
Quatro crianças, cinco adolescentes e um adulto foram mortos em explosão que atingiu uma escola na Província de Paktia na noite sábado, segundo informou uma porta-voz americana.
Segundo a sargento americana Ann Bennet, um menino de oito anos ficou ferido no atentado e estava sendo tratado em uma base militar americana. Ela não informou se havia outros feridos.
"A explosão ocorreu à noite dentro de uma madraça [escola religiosa] privada", afirmou o governador de Paktia, Haji Assadullah Wafa, por telefone à agência de notícias Reuters.
A escola se localizava na vila de Naiknaam, perto da cidade de Zormat, a 125 km ao sul de Cabul, de acordo com a agência de notícias afegã Afghan Islamic Press.
As salas de aula da escola também eram utilizadas por organizações não-governamentais que dão aulas para mulheres afegãs.
O governador de Paktia disse que havia informações contraditórias sobre a causa da explosão. Alguns dizem que um explosivo foi colocado em uma motocicleta estacionada fora da escola. Outros afirmam que a bomba estava dentro da madraça.
Nenhum grupo terrorista reivindicou a ação de sábado na madraça no sul do Afeganistão.
Cerca de 18 mil soldados americanos em conjunto com o recentemente formado Exército Nacional Afegão têm realizado operações para prender insurgentes no sul e no sudeste do país.
Quase mil pessoas, incluindo militantes, soldados, civis e funcionários de agências humanitárias, foram mortos em ataques e confrontos no país neste ano.


Com agências internacionais


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