São Paulo, terça-feira, 30 de agosto de 2005

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DESASTRE

Tempestade perde força após provocar enchentes no Alabama e deixar Mississippi e Louisiana em estado de emergência

Katrina mata mais cinco no sul dos EUA

Dave Martin/Associated Press
Destroços de um edifício derrubado cobrem veículos, no centro de Nova Orleans, depois da passagem do furacão Katrina, ontem


IURI DANTAS
DE WASHINGTON

A passagem do Katrina pelo sul dos EUA causou a morte de cinco pessoas, elevando para 12 o total de vítimas fatais desde que o furacão atingiu o país. A tempestade ainda provocava apreensão, enchentes e prejuízos no Mississippi e no Alabama, para onde se deslocou após passar por Nova Orleans, no Estado da Louisiana.
No início da tarde de ontem, a tempestade perdeu intensidade, sendo rebaixada da categoria 5, a mais severa, para a 1, com ventos de até 152 km/h. Ainda assim, os danos causados fizeram com que o presidente George W. Bush declarasse estado de emergência na Louisiana e no Mississippi.
Três mortes foram causadas pela queda de árvores no Mississippi, e duas pessoas morreram em um acidente de trânsito no Alabama -outras sete pessoas morreram quando o Katrina passou pela Flórida, na semana passada.
A estimativa das autoridades, porém, é de que mais pessoas tenham morrido devido às enchentes provocadas pela passagem do furacão no sul americano.
O Consulado do Brasil em Houston (Texas), que atende essa área, informou que não havia recebido nenhum pedido de auxílio de brasileiros na região afetada.
O furacão chegou à Louisiana de manhã, provocando inundações e falta de eletricidade. O balanço foi que cerca de 1 milhão de pessoas chegou a ficar sem luz ontem nos três Estados atingidos.
Também foram registradas enchentes em alguns bairros tradicionais de Nova Orleans, mas sem causar destruição significativa.
O olho do Katrina não atingiu diretamente Nova Orleans, como os centros meteorológicos inicialmente previam. Passou a 105 km da cidade, no sentido sul-sudeste, e se encaminhou para a "heartland", região central do país.
Assim, a grande tragédia antecipada por autoridades em Nova Orleans, ao que tudo indicava, não aconteceu, atraindo as atenções para os danos econômicos. Apesar disso, a recomendação foi de que os moradores deveriam esperar uma semana por conta de enchentes antes de retornar.
A cidade de 500 mil habitantes foi esvaziada por ordem do prefeito, Ray Nagin. Mas 97 mil pessoas, a maioria carente e sem-teto, permaneceram em dez abrigos oferecidos pelo governo. O maior deles, o estádio Superdome, que abrigava cerca de 9.000 pessoas, teve parte do teto destruído.
Quase 70% de Nova Orleans, conhecida como berço do jazz, fica localizada cerca de dois metros abaixo do nível do mar. O receio das autoridades era o de uma extensa inundação com a derrubada de barreiras em torno do rio Mississippi e do lago Pontchartrain.
No vizinho Mississippi, o governador, Haley Barbour afirmou que temia pela segurança de pessoas que escolheram ficar em suas propriedades ou não tiveram condições de abandoná-las: "Há perigo por todo o Estado", disse.
A Continental Airlines informou ontem que suspendeu 111 vôos para cidades dos Estados de Louisiana, Alabama, Mississippi e Flórida. Lojas de departamento como a Wal-Mart e a Sears divulgaram que 85 e 40 lojas, respectivamente, próximas a locais afetados pelo furacão, ficariam fechadas nos próximos dias.
A principal preocupação dizia respeito ao impacto em oleodutos, refinarias e plataformas de petróleo localizadas na área do golfo do México -cerca de 700 poços tiveram de ser fechados ontem, o que fez o preço do óleo superar US$ 70 durante o dia.


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