DA REDAÇÃO

Autoridades senegalesas informaram ontem que havia 1.034 pessoas a bordo do ferry Joola, que naufragou na noite de quinta-feira entre a costa do Senegal e a de Gâmbia (oeste da África). A nova contabilidade indica 238 pessoas a mais do que o número divulgado inicialmente, o que significa também que o número de mortos pode passar de 900.
O barco, que era do Estado, foi projetado para transportar apenas 550 passageiros.
Até ontem, 64 pessoas tinham sido resgatadas com vida e mais de 400 corpos tinham sido retirados do mar. As equipes de resgate não crêem ser possível encontrar outros sobreviventes da tragédia.

Identificação
No porto da capital senegalesa, Dacar, as fotos dos corpos resgatados ficavam à exposição, esperando pela identificação feita por parentes e amigos.
Perto dali, contêineres com gelo conservavam os corpos recuperados, muitos deles já em estado de decomposição. Cada foto levava um número indicando em que contêiner estava o corpo.
"Assim que os membros da família identificam a vítima, eles podem abrir o contêiner e levar o parente para ser enterrado", afirmou uma autoridade portuária.
"Procurei por horas, mas ainda não consegui achar a foto de minha irmã", disse a estudante Ousmane Mane, 24.
Uma mulher perto dela chorava, após achar a foto do filho. "Era meu único filho. O que vai ser da minha vida agora?", disse.