São Paulo, terça-feira, 30 de setembro de 2003 |
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ÁSIA 400 japoneses teriam transado com 500 prostitutas chinesas em hotel, reacendendo ofensa que data da invasão japonesa em 1931 Megaorgia gera incidente China-Japão
DA REDAÇÃO Uma orgia que teria envolvido cerca de 400 turistas japoneses e 500 prostitutas chinesas num hotel de luxo em Zhuhai, no sul da China, gerou um incidente diplomático entre os dois países e reascendeu antigos ressentimentos. Segundo a imprensa local, a orgia teria ocorrido entre os dias 16 e 18 deste mês, quando os turistas foram embora. O último dia marca o 72º aniversário da invasão da China pelo Japão, em 1931. O governo chinês protestou, mesmo antes de concluídas as investigações, e pediu ao Japão que ensinasse sua população a obedecer às leis da China, onde a prostituição é ilegal -embora comum. "É uma ocorrência criminal extremamente odiosa", afirmou o porta-voz da Chancelaria chinesa, Kong Quan. "Estrangeiros que visitam a China devem obedecer à lei. Nós esperamos que o governo japonês reforce a educação de seus cidadãos a esse respeito." O hotel acusado de ter abrigado a orgia foi fechado para ser investigado. Várias pessoas foram detidas. Também se iniciou uma operação nos locais de prostituição. De acordo com a imprensa chinesa, alguns dos turistas japoneses, cujas idades variam entre 16 e 37 anos, admitiram ter ido a Zhuhai por causa das prostitutas. Relatos dão conta de que, em corredores e elevadores do hotel, participantes da orgia já se exibiam. Portas de quartos também teriam ficado abertas, com três a quatro mulheres em cada um. A mídia chinesa acusou o hotel de ter organizado a orgia. O funcionário responsável por festas teria contatado prostitutas em vários locais. O pagamento teria sido de até US$ 215 por noite. Além do protesto oficial, as informações sobre a orgia geraram manifestações furiosas na imprensa e em sites chineses. Houve demonstrações de raiva contra os japoneses e acusações de que a data da orgia teria sido escolhida para humilhar os chineses. Apesar de o Japão ser o principal parceiro comercial da China, seguem presentes as recordações das atrocidades das tropas japonesas durante a ocupação de partes do país entre 1931 e 1945, como estupros e escravidão sexual. Muitos chineses também se ressentem por não haver o reconhecimento que consideram necessário, por parte do Japão, das atrocidades cometidas durante a ocupação encerrada em 1945. Só um site chinês chegou a receber 10 mil e-mails por hora, após ter divulgado a notícia. Mensagens falavam em atentado contra a honra nacional e convocavam um boicote a produtos japoneses. Essas páginas são populares como fóruns de discussão na China, onde não há liberdade de imprensa. Elas são vigiadas por censores, que, às vezes, removem textos, o que torna impossível saber se todos os protestos são autênticos. "Os japoneses são animais. Eles escolheram de propósito a data para humilhar os chineses", escreveu um internauta, que acusou os turistas de terem tentado hastear a bandeira de seu país no hotel antes de serem proibidos. Entrevistas com funcionários do hotel, porém, sugeriram que a escolha da data foi uma coincidência, já que não foi a primeira vez que o local se envolveu com o turismo sexual de japoneses. A reação chinesa contrasta com a reputação de cidades do sul do país, conhecidas por receber turistas à procura de prostituição. Um porta-voz da embaixada japonesa não quis comentar o caso. Com agências internacionais Texto Anterior: Soldado é morto; clérigo é atacado Próximo Texto: Oriente Médio: Ex-chefe da segurança palestina diz que Intifada é prejudicial Índice |
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