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São Paulo, terça-feira, 30 de setembro de 2003

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ORIENTE MÉDIO

Já o líder do levante defende ações contra Israel

Ex-chefe da segurança palestina diz que Intifada é prejudicial

DA REDAÇÃO

Duas proeminentes figuras da nova geração de líderes palestinos divergiram ontem em declarações separadas sobre os resultados da atual Intifada (levante contra a ocupação israelense), iniciada há três anos.
"A situação dos palestinos era melhor antes da eclosão da atual Intifada do que agora", afirmou ontem o ex-chefe da segurança palestina Mohammed Dahlan.
Ele é um dos principais opositores do presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Iasser Arafat, e deixou o governo após a renúncia do então premiê Mahmoud Abbas, mais conhecido como Abu Mazen.
Já Marwan Barghouti, um dos líderes da atual Intifada, disse não lamentar o levante contra a ocupação israelense, iniciado em 2000. A declaração foi dada em um tribunal de Israel, onde ele está preso sob a acusação de envolvimento com terrorismo.
Em entrevista, Dahlan disse que pegar em armas para combater Israel foi um erro.
Para ele, a primeira Intifada palestina, entre 1987 e 93, na qual manifestantes enfrentavam soldados israelenses com pedras e garrafas, foi bem mais eficaz do que a atual a Intifada, em que são usadas bombas e fuzis.
"Na primeira, conseguimos voltar para a nossa terra", afirmou Dahlan, que retornou do exílio em meados dos anos 90, assim como Arafat. Antes da atual Intifada, para o ex-chefe da segurança, os palestinos estavam próximos de conseguir o seu Estado, em negociações com o então premiê israelense Ehud Barak.
Em um tribunal de Tel Aviv, Barghouti afirmou, ao se defender de acusações de terrorismo (que ele nega), que é melhor "morrer do que viver sob a ocupação". E acrescentou em hebraico: "Sou orgulhoso de fazer parte da Intifada e de resistir à ocupação israelense. Hoje três anos se passaram [do início da Intifada], e espero que os israelenses tenham aprendido que os palestinos não podem ser derrotados pela força."

Arafat
Arafat convocou ontem o seu médico pessoal, o jordaniano Ashraf al Kurdi, para tratar de uma gripe que o deixou de cama todo o final de semana. Mais tarde, ele disse estar melhor.


Com agências internacionais


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