São Paulo, quinta-feira, 30 de setembro de 2004

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Italianas querem voltar ao Iraque

DA REDAÇÃO

As duas italianas libertadas no Iraque anteontem disseram que os seqüestradores as trataram bem e acrescentaram que estão dispostas a retornar ao país para ajudar aos iraquianos.
No dia seguinte ao retorno delas, um líder parlamentar da coalizão de governo do premiê Silvio Berlusconi afirmou que um resgate de US$ 1 milhão foi pago para conseguir a libertação. A Chancelaria negou a informação.
"Eu espero retornar ao Iraque em breve. É um país que realmente amo", disse Simona Pari, 29, que ficou seqüestrada por três semanas no país junto com Simona Torretta, da mesma idade.
As duas Simonas, como ficaram conhecidas, trabalhavam como voluntárias de uma organização humanitária que presta serviços educacionais a iraquianos.
Torretta afirmou que faria tudo de novo, "com todas as conseqüências". Questionada se sentiu medo de morrer, ela afirmou inicialmente que sim, mas depois acrescentou que "os seqüestradores entenderam o trabalho que fazíamos como voluntárias".
"Eles tentaram nos ensinar os princípios do islã. Nunca nos tocaram. Nós fomos tratadas com muita dignidade", afirmou, em Roma, Torretta, que desembarcou ontem na Itália junto com a outra Simona em meio a enorme comoção no país.
Ela carregava uma caixa que, segundo a agência de notícias Ansa, continha dez volumes do alcorão em inglês que foram dados de presente pelos seqüestradores.
Pari, por sua vez, disse em sua casa em Rimini, na costa do mar Adriático, que sente falta de Torretta e das crianças e mulheres que elas ajudaram no Iraque. "Vamos lembrar do Iraque, que estará sempre no meu coração."
Ela afirmou ainda que é a favor da retirada dos 2.700 militares italianos do Iraque.

Pagamento
Gustavo Selva, parlamentar que é um dos principais líderes da coalizão do premiê Silvio Berlusconi, disse que um resgate de cerca de US$ 1 milhão foi pago, confirmando rumores do dia anterior publicados em jornal do Kuait.
"A princípio, não deveríamos ter pago. Mas desta vez foi pago. A vida dessas duas meninas são a coisa mais importante", afirmou.
Porém o chanceler Franco Frattini negou que tenha sido pago resgate para a libertação.
"Nós usamos o nosso grande crédito. O crédito por todas as coisas boas que a Itália fez", afirmou ironicamente o ministro.
Inicialmente, os seqüestradores exigiram que Berlusconi retirasse os soldados italianos do Iraque. Mas as italianas foram soltas sem que a demanda fosse atendida.


Com agências internacionais


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