São Paulo, quinta-feira, 30 de setembro de 2004

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ARGENTINA

Um dos feridos recebe alta

Pai pede perdão por assassinatos do filho

CLÁUDIA DIANNI
DE BUENOS AIRES

O pai do adolescente argentino R.S.J., que atirou em seus companheiros de classe da escola pública Ilhas Malvinas, em Carmen de Patagones (sul) anteontem, pediu perdão às famílias das vítimas ontem. O ataque deixou três alunos mortos e cinco feridos.
De acordo com o prefeito da cidade, Ricardo Curetti, o pedido de perdão foi feito por telefone. "Ele estava arrasado e não podia estabelecer um diálogo. Só pedia perdão", disse. O pai do adolescente de 15 anos, dono da arma usada no massacre, é um policial naval.
Ontem, centenas de pessoas, entre vizinhos, familiares e estudantes, acompanharam o cortejo fúnebre dos três adolescentes. Os moradores planejam para hoje uma marcha em homenagem às vítimas.
Um dos cinco adolescentes feridos recebeu alta ontem. Os demais continuam internados em estado grave, mas segundo os hospitais, com boa evolução.
Juan Carlos Blumberg, que se transformou em líder de protestos contra a violência no país depois que seu filho Axel foi morto em um seqüestro, em abril, disse que pode participar da marcha. "Foi um erro fatal. A arma não deveria estar em poder do menino, que, claramente, tem perturbações mentais. O pai deveria ser responsabilizado", disse Blumberg, favorável à redução da imputabilidade penal para 14 anos.
O policial Adrian Otero afirmou que nenhum familiar telefonou ou visitou R.S.J. desde que ele chegou à delegacia da cidade, na terça-feira. Ontem ele foi transferido para o juizado de menores.
Segundo o jornal "La Nación", dias antes do crime, a escola passou o filme "Tiros em Columbine", documentário sobre o massacre na escola em Littleton, nos EUA, em que dois alunos mataram 13 colegas a tiros, em 1999.


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