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Cuba congela preço de bens e comida após furacões
DA REDAÇÃO
O governo de Cuba anunciou
ontem o congelamento de preços de bens de primeira necessidade e prometeu punir severamente especuladores e vendedores no mercado negro para
enfrentar a escassez de alimentos provocada pela passagem
dos furacões Gustav e Ike.
A declaração tomou toda a
capa do jornal oficial "Granma". O congelamento atingirá
tanto as lojas que vendem em
pesos (a moeda fraca da maioria dos salários) quanto em
CUCs (que valem pouco mais
que um dólar). É nesses locais
que as famílias completam a
subsidiada e insuficiente cesta
básica que ganham do governo.
A medida também abarca os
agromercados de preços livres,
onde os fazendeiros vendem o
que sobra da produção, descontado o que entregam ao Estado.
Os furacões mataram quatro
pessoas e provocaram perdas
estimadas em US$ 5 bilhões,
10% do PIB. Cerca de 30% da
produção agrícola foi afetada.
O desastre aprofunda a situação econômica do país, já debilitada pela inflação mundial
dos alimentos. Cuba importa
cerca de 80% do que consome e
em agosto havia deixado de pagar alguns fornecedores.
O anúncio diz que a ilha já fez
contratos de importação de
emergência. Não revela com
que países. Os EUA ofereceram
ajuda humanitária, mas Cuba
insistiu no fim temporário do
embargo para comprar do mercado mais próximo. Não foi
atendida. A ilha pode comprar
até US$ 400 milhões/ano em
alimentos dos americanos.
O governo prometeu ainda
punir os que vendem alimentos
e material de construção roubados no mercado negro -parte significativa da economia.
"Os preços já subiram", disse
Susana Delgado, 40, à Associated Press. "Há anos dizem que
vai haver mais punições." No
começo do mês, o preço do
combustível foi reajustado.
Analistas temem que a crise
desagüe numa onda de migração aos EUA ou gere protestos.
Os mais importantes em 50
anos ocorreram nos anos 90,
com o fim da União Soviética.
Com agências internacionais
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