São Paulo, terça-feira, 30 de setembro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Cuba congela preço de bens e comida após furacões

DA REDAÇÃO

O governo de Cuba anunciou ontem o congelamento de preços de bens de primeira necessidade e prometeu punir severamente especuladores e vendedores no mercado negro para enfrentar a escassez de alimentos provocada pela passagem dos furacões Gustav e Ike.
A declaração tomou toda a capa do jornal oficial "Granma". O congelamento atingirá tanto as lojas que vendem em pesos (a moeda fraca da maioria dos salários) quanto em CUCs (que valem pouco mais que um dólar). É nesses locais que as famílias completam a subsidiada e insuficiente cesta básica que ganham do governo.
A medida também abarca os agromercados de preços livres, onde os fazendeiros vendem o que sobra da produção, descontado o que entregam ao Estado.
Os furacões mataram quatro pessoas e provocaram perdas estimadas em US$ 5 bilhões, 10% do PIB. Cerca de 30% da produção agrícola foi afetada.
O desastre aprofunda a situação econômica do país, já debilitada pela inflação mundial dos alimentos. Cuba importa cerca de 80% do que consome e em agosto havia deixado de pagar alguns fornecedores.
O anúncio diz que a ilha já fez contratos de importação de emergência. Não revela com que países. Os EUA ofereceram ajuda humanitária, mas Cuba insistiu no fim temporário do embargo para comprar do mercado mais próximo. Não foi atendida. A ilha pode comprar até US$ 400 milhões/ano em alimentos dos americanos.
O governo prometeu ainda punir os que vendem alimentos e material de construção roubados no mercado negro -parte significativa da economia. "Os preços já subiram", disse Susana Delgado, 40, à Associated Press. "Há anos dizem que vai haver mais punições." No começo do mês, o preço do combustível foi reajustado.
Analistas temem que a crise desagüe numa onda de migração aos EUA ou gere protestos. Os mais importantes em 50 anos ocorreram nos anos 90, com o fim da União Soviética.

Com agências internacionais



Texto Anterior: Lula discute Odebrecht com equatoriano
Próximo Texto: Bolívia: Câmara dos EUA prorroga isenção tarifária
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.