São Paulo, sexta-feira, 30 de setembro de 2011

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EUA revisam PIB e acalmam mercados

País cresceu 1,3% entre abril e junho; analistas esperavam em média 1,2%, e projeção anterior era de alta de 1%

Anúncio afasta, por ora, temores de nova recessão; governo divulga dados positivos sobre criação de vagas

LUCIANA COELHO
DE WASHINGTON

O governo dos EUA surpreendeu as projeções dos economistas e anunciou ontem uma revisão do PIB do segundo trimestre acima do esperado, afastando um pouco, pelo menos por ora, temores de uma nova recessão.
Segundo a revisão do Birô de Análise Econômica (BEA) do governo americano, entre abril e junho, os EUA cresceram 1,3% sobre o trimestre anterior, em números anualizados. É mais que a projeção anterior anunciada pelo governo, de 1%, e supera a previsão dos analistas para a revisão, de 1,2% em média.
No mesmo dia, o governo anunciou mais dois dados positivos sobre emprego -com um índice de desemprego que resiste a ceder abaixo do patamar dos 9%, a questão se tornou o principal problema do país para a maioria dos americanos hoje. Primeiro, os novos pedidos por seguro-desemprego recuaram na última semana pela primeira vez desde abril, somando 391 mil -embora o Departamento de Trabalho tenha advertido para o peso de ajustes sazonais.
Já uma revisão dos dados do Birô de Estatísticas do Trabalho mostrou que em março estavam empregados 192 mil americanos a mais do que se pensava, o que o jornal "Financial Times" equiparou a um mês de boa expansão de vagas de emprego. Mas o dado que mais animou os mercados americanos -o índice Dow Jones da Bolsa de Valores de Nova York ganhou 1,3% ontem, com impulso também das notícias europeias- foi o PIB.
Segundo o BEA, o avanço reflete crescimento nos setores de investimentos não residenciais, exportações, gastos federais e, mais animador para quem teme uma recaída da economia, gastos pessoais de consumo.
A confiança do consumidor na economia registrou seguidos recordes de baixa, o que, somado aos tímidos índices de crescimento, alimenta o medo de que o país sofra uma recaída na recessão -desta vez, mais prolongada e de difícil recuperação. Avanços no consumo -de 0,7% no último trimestre- e nas exportações indicam, porém, um crescimento mais sustentável. O lucro das empresas também aumentou.
Já os gastos de governos estaduais e locais e os investimentos pessoais se retraíram, como esperado, assim como os estoques. No primeiro trimestre, a economia do país avançara 0,4%, abaixo do inicialmente previsto. A projeção do Federal Reserve (Banco Central americano) é a de que os EUA cresçam entre 2,7% e 2,9% neste ano, enquanto o FMI espera apenas 1,6%.


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