São Paulo, sexta-feira, 30 de setembro de 2011

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Tropas começarão a sair do Haiti em março

Ministro Celso Amorim diz ao Senado que redução inicial será de 257 militares; ONU ainda tem que aprovar saída

Chefe da Defesa diz que é preciso dar um sinal de que militares brasileiros não ficarão no país eternamente

JOÃO CARLOS MAGALHÃES
DE BRASÍLIA

O ministro da Defesa, Celso Amorim, afirmou ontem no Senado que a retirada das tropas brasileiras do Haiti começará em março de 2012. Ele confirmou ainda que o primeiro passo será uma redução de 11% no efetivo -conforme a ONU já havia adiantado. Segundo Amorim, o corte será de 257 militares.
Hoje o Brasil chefia a missão com 2.185 militares -o maior contingente internacional da operação da ONU. A redução é fruto de um estudo feito em julho pela ONU que sugeriu ao secretário-geral Ban Ki-moon uma redução geral de 18% do número de capacetes azuis na missão.
O efetivo total deve cair de 8.700 militares para 7.100 ao longo do ano que vem -o mesmo número de militares que estavam no país antes do terremoto de janeiro de 2010.
A porcentagem da redução de brasileiros será menor que a de militares dos outros 17 países que têm tropas no Haiti. Isso porque o Brasil é responsável pela proteção da capital, Porto Príncipe, a área mais insegura do país.
"É preciso dar um sinal de que não vamos ficar lá eternamente", disse Amorim. "Também não podemos sair irresponsavelmente. Que isso não seja percebido como um desengajamento do Brasil em relação ao Haiti."
Amorim afirmou que o início da retirada já é possível porque a ordem e a segurança social no Haiti já foram consolidadas. Contudo a decisão final sobre a redução de contingente da Minustah ainda deve ser aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU no dia 15 de outubro. O órgão votará ainda sobre a continuidade da missão no país por mais um ano.
No Haiti, planos de retirada da ONU voltaram a ser debatidos depois de um escândalo envolvendo capacetes azuis uruguaios no início deste mês. Eles foram acusados de abusar de um haitiano dentro de uma base da ONU e repatriados ao Uruguai.
O Parlamento haitiano aprovou uma proposta de saída que prevê uma retirada gradual das tropas estrangeiras do Haiti em aproximadamente três anos.
A ONU sempre falou em retirada gradual, mas nunca estabeleceu uma data-limite para a saída do último capacete azul do país.


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