São Paulo, sábado, 30 de outubro de 2004

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O IMPÉRIO VOTA - RETA FINAL

Estimativa é da Comissão de Assistência Eleitoral dos EUA; em 2000, apenas 13% das pessoas votaram antes do dia das eleições

Um quarto dos eleitores vai votar antes

FERNANDO CANZIAN
DE WASHINGTON

Quase 25% dos eleitores americanos já terão votado para escolher o seu presidente antes do dia da eleição, na próxima terça.
Segundo estimativas da Comissão de Assistência Eleitoral dos EUA, o pleito de 2004 deve registrar um recorde no número de votos antecipados ou pelo correio, previstos em 31 dos 50 Estados do país nesta eleição.
Em 2000, quando só 21 Estados permitiram os dois procedimentos, o voto antecipado não passou de 13%, diz o Centro de Política Públicas Annenberg, da Pensilvânia. Para o órgão, até quarta, 14% dos eleitores haviam votado. A expectativa é que outros 11% o façam antes de 2 de novembro.
Ontem, milhares de pessoas continuaram formando filas de até quatro horas em Estados como Flórida e Geórgia para votar antecipadamente. No Oregon, 40% dos eleitores já votaram.
Os partidos Republicano e Democrata afirmam, de lado a lado, que a votação antecipada favorece os seus candidatos.
Especialistas vêem dois cenários: 1) o eleitor quer votar antes para evitar confusão e filas na terça; e 2) o fluxo antecipado é mais um indicativo de que a eleição de 2004 terá um recorde de eleitores.
"A eleição de 2004 tem todos os elementos de uma "tempestade perfeita" em termos de participação: as conseqüências da apuração de 2000, o pós-11 de Setembro, a Guerra no Iraque e o fato de ser a mais cara da história", diz Lynn Vavreck, cientista política da Universidade da Califórnia.
"O volume de votos antecipados pode significar apenas gente tentando evitar confusão na terça, mas creio que esse fato é boa notícia para os democratas", afirma Michael McDonald, professor de administração pública da Universidade George Mason.
Algumas análises indicam que o comparecimento maior favorece Kerry, já que o democrata tem a preferência entre grupos demográficos que mais crescem.
Alan Gerber, cientista político da Universidade de Yale, discorda. Afirma que um aumento do número de novos registros de eleitores não produz, necessariamente, mais votos.
"Muitos novos registros foram feitos com pessoas abordadas na rua e que não necessariamente estão interessadas em sair de casa para votar", diz Gerber. O voto não é obrigatório nos EUA. Gerber diz que os republicanos são "sempre competentes" em levar seus eleitores às urnas e que o partido desenvolveu "fortes estratégias" neste ano para isso.


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