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O IMPÉRIO VOTA - RETA FINAL
Estimativa é da Comissão de Assistência Eleitoral dos EUA; em 2000, apenas 13% das pessoas votaram antes do dia das eleições
Um quarto dos eleitores vai votar antes
FERNANDO CANZIAN
DE WASHINGTON
Quase 25% dos eleitores americanos já terão votado para escolher o seu presidente antes do dia
da eleição, na próxima terça.
Segundo estimativas da Comissão de Assistência Eleitoral dos
EUA, o pleito de 2004 deve registrar um recorde no número de
votos antecipados ou pelo correio, previstos em 31 dos 50 Estados do país nesta eleição.
Em 2000, quando só 21 Estados
permitiram os dois procedimentos, o voto antecipado não passou
de 13%, diz o Centro de Política
Públicas Annenberg, da Pensilvânia. Para o órgão, até quarta, 14%
dos eleitores haviam votado. A
expectativa é que outros 11% o façam antes de 2 de novembro.
Ontem, milhares de pessoas
continuaram formando filas de
até quatro horas em Estados como Flórida e Geórgia para votar
antecipadamente. No Oregon,
40% dos eleitores já votaram.
Os partidos Republicano e Democrata afirmam, de lado a lado,
que a votação antecipada favorece
os seus candidatos.
Especialistas vêem dois cenários: 1) o eleitor quer votar antes
para evitar confusão e filas na terça; e 2) o fluxo antecipado é mais
um indicativo de que a eleição de
2004 terá um recorde de eleitores.
"A eleição de 2004 tem todos os
elementos de uma "tempestade
perfeita" em termos de participação: as conseqüências da apuração de 2000, o pós-11 de Setembro, a Guerra no Iraque e o fato de
ser a mais cara da história", diz
Lynn Vavreck, cientista política
da Universidade da Califórnia.
"O volume de votos antecipados pode significar apenas gente
tentando evitar confusão na terça,
mas creio que esse fato é boa notícia para os democratas", afirma
Michael McDonald, professor de
administração pública da Universidade George Mason.
Algumas análises indicam que o
comparecimento maior favorece
Kerry, já que o democrata tem a
preferência entre grupos demográficos que mais crescem.
Alan Gerber, cientista político
da Universidade de Yale, discorda. Afirma que um aumento do
número de novos registros de
eleitores não produz, necessariamente, mais votos.
"Muitos novos registros foram
feitos com pessoas abordadas na
rua e que não necessariamente estão interessadas em sair de casa
para votar", diz Gerber. O voto
não é obrigatório nos EUA. Gerber diz que os republicanos são
"sempre competentes" em levar
seus eleitores às urnas e que o partido desenvolveu "fortes estratégias" neste ano para isso.
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