São Paulo, sábado, 30 de outubro de 2004

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EUROPA

Texto ainda deverá ser ratificado, o que não será fácil

Líderes políticos assinam primeira Constituição da União Européia

DA REUTERS

Líderes europeus assinaram ontem, em Roma, a primeira Constituição da União Européia numa cerimônia pomposa, mas a celebração foi ofuscada pelas dúvidas acerca de sua ratificação e pelo caos político causado pela oposição do Parlamento Europeu à composição da nova Comissão Européia, o Executivo da UE.
Os líderes políticos disseram que usariam as conversas privadas que ocorreriam após a assinatura do texto para discutir o impasse em torno da nova comissão, que, por conta da oposição do Parlamento, não poderá assumir suas funções em 1º de novembro.
O chanceler (premiê) alemão, Gerhard Schröder, disse não haver uma crise política e que espera que uma comissão reformulada venha a ser aprovada pelo Legislativo em cerca de duas semanas.
A equipe do futuro presidente da comissão, o ex-premiê português José Manuel Durão Barroso, terá de sofrer mudanças, já que ao menos três comissários inicialmente propostos não foram bem recebidos pelos eurodeputados, incluindo o italiano Rocco Buttiglione. Este afirmou, recentemente, que o homossexualismo é um "pecado", causando polêmica. Roma decidiu ontem apontar outro comissário em seu lugar.
O evento ocorreu no monte Capitoline, no mesmo imóvel renascentista em que os seis fundadores da UE (Alemanha, França, Itália, Bélgica, Holanda e Luxemburgo) assinaram o Tratado de Roma, em março de 1957, lançando o mais bem-sucedido projeto de integração européia da história.
"Nunca na história, vimos um exemplo de nações que, voluntariamente, decidiram exercer seus poderes soberanos em conjunto para atender aos interesses de seus povos, superando velhos impulsos de rivalidade e de desconfiança", afirmou o premiê italiano, Silvio Berlusconi.
Os líderes europeus chegaram a um acordo sobre o texto constitucional em junho, esperando entrar num período de maior estabilidade. Mas todos os 25 países-membros têm de ratificá-la para que ela possa entrar em vigor. Segundo analistas, isso não será fácil porque alguns países, incluindo o predominantemente "eurocético" Reino Unido, planejam realizar um plebiscito sobre o tema.


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