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Governo israelense avalia que Arafat está morto politicamente
DA REDAÇÃO
Israel já começa a considerar
Iasser Arafat uma carta fora do
baralho, e o governo do premiê
Ariel Sharon já está trabalhando
com um cenário sem a presença
do líder palestino no comando da
Autoridade Nacional Palestina.
A decisão de permitir que Arafat possa retornar aos territórios
caso se recupere após o tratamento em Paris leva em conta que o líder palestino é um doente terminal e que ele não voltará vivo para
Ramallah ou outra cidade.
"Até onde eu sei, os dias de Arafat como líder acabaram. A chance de ele retornar para o seu prévio posto é quase inexistente",
disse o ministro da Justiça de Israel, Yosef Lapid.
O jornal israelense "Haaretz" citou declaração de um funcionário
do alto escalão da defesa de Israel
afirmando que "Arafat está morto
politicamente na visão [do governo] israelense, mesmo que fisicamente continue vivo".
"Consideramos a condição de
Arafat irreversível, o que o retirará de uma maneira ou de outra da
arena política", disse essa fonte da
área de segurança.
Para Sharon, segundo análise
publicada no "Haaretz", seria melhor Arafat incapacitado do que
morto. No caso da morte do líder
palestino, o premiê israelense
perderia o seu principal argumento para a retirada dos assentamentos da faixa de Gaza -o de
que não existe um parceiro no lado palestino com quem negociar.
O plano de Sharon foi aprovado
na terça-feira no Knesset (Parlamento de Israel) em decisão histórica, e a retirada deverá, em
princípio, ocorrer entre maio e setembro do ano que vem.
Ministros do Likud (partido do
premiê), incluindo ex-premiê e
atual ministro da Economia, Benyamin Netanyahu, no mesmo dia,
ameaçaram renunciar em duas
semanas se Sharon não convocasse um plebiscito para decidir sobre a retirada.
Agora, com Arafat doente e longe dos territórios, o plano de retirada foi colocado em compasso
de espera -embora não oficialmente. Sharon ainda quer levá-lo
adiante, mas prefere aguardar a
evolução não apenas do estado de
saúde Arafat mas também da sucessão no governo palestino.
Compasso de espera
Além disso, os israelenses
aguardam quais serão as diretrizes do futuro governo americano
sobre o Oriente Médio, ainda que
George W. Bush seja reeleito.
A retomada do diálogo com o
ex-premiê Mahmoud Abbas
-mais conhecido como Abu
Mazen- seria mais simples, pois
ele assinou o acordo de Ácaba
com Sharon e o presidente Geogre W. Bush.
Esse acerto prevê o estabelecimento do "roteiro para a paz",
que ainda é o plano apoiado pelos
EUA. O premiê Korei estaria reticente até agora em negociar com
Sharon, na avaliação israelense,
devido a pressões de Arafat.
Em pesquisa do Instituto Maagar, de Israel, 47% dos israelenses
disseram querer que Arafat morra. Outros 32% disseram não desejam a morte do líder palestino.
O levantamento foi feito com 500
pessoas e tem margem de erro de
4,5 pontos percentuais para mais
ou para menos.
Com agências internacionais
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