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Abbas e Korei assumem o poder na prática
DA REDAÇÃO
O vácuo deixado por Iasser
Arafat no poder palestino começa
a ser preenchido interinamente e
de forma não-oficial por dois de
seus principais seguidores ao longo de mais de três décadas.
Ahmed Korei, atual premiê,
continuará com a administração
do cotidiano dos palestinos. Já
Mahmoud Abbas, mais conhecido como Abu Mazen, assumirá o
comando da OLP (Organização
para a Libertação da Palestina)
-atualmente o ex-premiê palestino é o número 2 da entidade.
A OLP, que ainda é oficialmente
liderada por Arafat, está acima do
cargo de presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), que
também é ocupado pelo líder palestino, que está em Paris.
Pela lei fundamental dos palestinos, a Presidência da ANP seria
assumida por Rawhi Fatuh, presidente do Conselho Legislativo Palestino. Porém Fatuh é uma figura
completamente inexpressiva.
Na prática, Abbas deve acumular os cargos de líder da OLP e de
presidente da ANP enquanto
Arafat estiver ausente.
Para que houvesse uma oficialização do seu exercício interino do
cargo, seria preciso da autorização de Arafat, que viajou para a
França sem deixar sucessor para a
sua ausência, ou então uma alteração na legislação palestina.
Mas alguns dos principais assessores do líder palestino também não querem a oficialização
de Abbas e Korei no comando.
Abbas é considerado um dos
mais moderados líderes palestinos e negociou o "roteiro para a
paz" com o premiê israelense,
Ariel Sharon, e com o presidente
dos EUA, George W. Bush.
Segundo analistas, dificilmente
alguma alteração será oficializada
enquanto Arafat estiver vivo. Entre as autoridades palestinas, incluindo Korei e Abbas, existe o temor de que Arafat volte e fique insatisfeito com alterações no esquema de poder que foi deixado.
O líder palestino sempre se recusou a dividir a maioria dos poderes que possui, especialmente
na área de segurança, conforme
exigem EUA e Israel.
Porém delegou algumas atividades da administração para o
premiê. Abbas deixou o cargo
após rachar com Arafat exatamente em uma disputa pelo controle da segurança -os dois se
aproximaram nos últimos meses.
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