São Paulo, sábado, 30 de outubro de 2004

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Abbas e Korei assumem o poder na prática

DA REDAÇÃO

O vácuo deixado por Iasser Arafat no poder palestino começa a ser preenchido interinamente e de forma não-oficial por dois de seus principais seguidores ao longo de mais de três décadas.
Ahmed Korei, atual premiê, continuará com a administração do cotidiano dos palestinos. Já Mahmoud Abbas, mais conhecido como Abu Mazen, assumirá o comando da OLP (Organização para a Libertação da Palestina) -atualmente o ex-premiê palestino é o número 2 da entidade.
A OLP, que ainda é oficialmente liderada por Arafat, está acima do cargo de presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), que também é ocupado pelo líder palestino, que está em Paris.
Pela lei fundamental dos palestinos, a Presidência da ANP seria assumida por Rawhi Fatuh, presidente do Conselho Legislativo Palestino. Porém Fatuh é uma figura completamente inexpressiva.
Na prática, Abbas deve acumular os cargos de líder da OLP e de presidente da ANP enquanto Arafat estiver ausente.
Para que houvesse uma oficialização do seu exercício interino do cargo, seria preciso da autorização de Arafat, que viajou para a França sem deixar sucessor para a sua ausência, ou então uma alteração na legislação palestina.
Mas alguns dos principais assessores do líder palestino também não querem a oficialização de Abbas e Korei no comando.
Abbas é considerado um dos mais moderados líderes palestinos e negociou o "roteiro para a paz" com o premiê israelense, Ariel Sharon, e com o presidente dos EUA, George W. Bush.
Segundo analistas, dificilmente alguma alteração será oficializada enquanto Arafat estiver vivo. Entre as autoridades palestinas, incluindo Korei e Abbas, existe o temor de que Arafat volte e fique insatisfeito com alterações no esquema de poder que foi deixado.
O líder palestino sempre se recusou a dividir a maioria dos poderes que possui, especialmente na área de segurança, conforme exigem EUA e Israel.
Porém delegou algumas atividades da administração para o premiê. Abbas deixou o cargo após rachar com Arafat exatamente em uma disputa pelo controle da segurança -os dois se aproximaram nos últimos meses.


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