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Câmara dos EUA propõe reforma da saúde de US$ 894 bi
Financiamento para plano viria, em parte, de nova taxação sobre cidadãos que ganham mais de US$ 500 mil por ano
Tema é prioritário para o governo Obama; se passar em votação na próxima semana, lei ainda terá de ser unificada com a do Senado
DA REDAÇÃO
A liderança democrata da Câmara dos Representantes (deputados) dos EUA apresentou
ontem sua proposta de lei para
a reforma da saúde, que contempla uma expansão histórica
do programa estatal existente
para famílias pobres e inclui a
chamada opção pública -plano
governamental para competir
com seguradoras privadas.
A proposta, orçada em US$
894 bilhões em dez anos, a serem financiados parcialmente
pela criação de um imposto sobre os ganhos dos cidadãos
mais ricos, chega três dias após
um plano similar ter sido divulgado pelo líder democrata no
Senado, o senador Harry Reid.
O projeto de Reid também contempla a opção pública, mas
prevê que Estados poderão escolher se querem participar do
programa -um dos pontos de
maior controvérsia da reforma.
Tanto a versão da Câmara
quanto a do Senado nasceram a
partir de harmonizações de
projetos anteriores diferentes
aprovados por comissões das
duas Casas -inclusive um da
Comissão de Finanças do Senado que excluía a opção pública e
era visto pela Casa Branca como a proposta com mais chances de ser aprovada.
Apesar disso, o plano ideal
defendido por Barack Obama
inclui a opção pública. A reforma da saúde, uma das principais bandeiras domésticas de
Obama, é alvo de debates acalorados e responsabilizada em
grande medida pela queda na
aprovação do presidente, hoje
em torno de 50%.
Ainda não está claro se os
planos conseguirão votos suficientes para a aprovação. Republicanos e também alguns democratas se opõem fortemente
e acusam a opção pública de
"socializar" a medicina e ameaçar a sobrevivência das seguradoras privadas.
Ainda assim, Obama se manifestou favoravelmente ao
anúncio. A líder da Câmara, a
democrata Nancy Pelosi, disse
que a proposta de 1.990 páginas
é viável e deverá chegar ao plenário na próxima semana: "Estamos prestes a cumprir a promessa de tornar a saúde de qualidade acessível". Se passar, o
plano ainda terá de ser unificado com o que eventualmente
for aprovado no Senado.
Pontos principais
A proposta de Pelosi planeja
oferecer planos de saúde para
até 96% dos cidadãos, adicionando cerca de 36 milhões de
pessoas ao universo dos segurados. Hoje, mais de 46 milhões
de americanos (15% da população) não têm nenhum seguro.
Os custos seriam cobertos
por um novo imposto para indivíduos que ganham mais de
US$ 500 mil por ano e mudanças em planos governamentais
para idosos e pobres que economizariam estimados US$
500 bilhões em dez anos.
O plano do Senado busca seu
financiamento em um imposto
aos seguros de saúde mais caros do mercado.
Para reduzir custos, os deputados ainda retiraram da proposta um planejado aumento
de repasses de programas federais para médicos -a ideia foi
introduzida ontem em outro
projeto de lei.
Além de incluir a opção pública, a proposta de Pelosi aumenta o critério de elegibilidade para o seguro governamental para famílias de baixa renda
-o Medicaid. Ele passaria a
abranger quem ganha até 150%
da linha de pobreza federal (hoje em US$ 14.570 anuais para
um casal sem filhos).
A maior parte dos americanos seria obrigada a adquirir
seguros, e vários receberiam
subsídios governamentais.
Empregadores deverão oferecer planos a seus empregados
ou pagar uma multa.
Com agências internacionais
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