De 37 governos em disputa dia 2, a oposição lidera em 21 e os democratas, em 8; os demais estão indefinidos

Balança hoje pende a favor de Obama; eleitos terão de aplicar aperto fiscal para reequilibrar as finanças estaduais

ANDREA MURTA
DE WASHINGTON

Além do sério risco de perder ambas as Casas do Congresso dos EUA para republicanos, o presidente Barack Obama se arrisca na próxima terça a ver aumentar exponencialmente o número de governadores de oposição, com reflexos na relação de forças para sua reeleição.
Neste ano, 37 de 50 governos estão sendo disputados. Hoje, 26 governos são democratas e 24, republicanos; segundo pesquisas, em 21 corridas, os republicanos estão na frente, contra 8 com preferência democrata. Outras oito corridas estão indefinidas.
Dos 37 em disputa, 27 têm a eleição aberta, ou seja, não há governadores tentando continuar no cargo -ou porque o limite de mandatos se esgotou ou porque escolheram não concorrer.
"Diante dos problemas de orçamento e dívida pública nos Estados, não estou surpreso que muitos desistiram de tentar a reeleição", diz Raymond Scheppach, diretor-executivo da Associação Nacional de Governadores.
O papel dos governadores nos EUA é crucial politicamente. São eles quem lideram as máquinas dos partidos nos Estados, e isso tem feito diferença em eleições presidenciais passadas.
Segundo Scheppach, o partido do governador em geral significa 1% ou 2% mais votos no candidato aliado para a Presidência do que se o governo estivesse com a oposição.
"Não é à toa que Bill Clinton (1993-2001) se elegeu quando 30 governos estavam em mãos democratas", disse.
Isso faz a diferença principalmente em grandes Estados-pêndulo, sem tendência partidária definida, como Ohio e Flórida.
A posição também é vitrine para voos políticos mais altos. Quatro dos últimos seis presidentes saíram de governos estaduais para a Casa Branca; ao menos dez ex-governadores estão agora no Senado; e quatro ministros de Obama foram apontados quando eram governadores.
Quanto mais estrelas republicanas nos governos, então, mais possíveis rivais para Obama em 2012. Já há alguns nomes fortes, como Bobby Jindal, da Louisiana (onde não há disputa em 2010) e Chris Christie, de Nova Jersey, em ascensão.


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