São Paulo, sábado, 30 de outubro de 2010

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Às vésperas de cúpula, duas Coreias trocam tiros

Tensão ocorre a 110 km da capital sul-coreana, sede de reunião do G20

Incidente, o primeiro em terra desde 2006, não faz feridos no lado sul-coreano; Pyongyang não comenta episódio

FABIANO MAISONNAVE
DE PEQUIM

As Coreias do Sul e do Norte trocaram disparos ontem na militarizada linha de fronteira entre os dois países, segundo informações da imprensa e de fontes oficiais sul-coreanas. O motivo do incidente não foi esclarecido.
O enfrentamento ocorreu na região de Hwacheon, 110 km a nordeste de Seul, que sediará a cúpula do G20 nos próximos dias 11 e 12 de novembro, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O país está em seu mais alto nível de alerta de segurança.
Segundo a versão sul-coreana, soldados norte-coreanos dispararam duas vezes na direção de uma estação de vigilância do outro lado da fronteira. Em resposta, houve três disparos.
Ninguém saiu ferido do lado sul-coreano. Pyongyang não emitiu nenhuma informação sobre o incidente até o fechamento desta edição.
O incidente ocorre na véspera de um encontro de reunificação de cerca de cem famílias separadas por causa da Guerra da Coreia (1950-1953).
A reunião foi mantida e deve ocorrer hoje num hotel da Coreia do Norte.
Com 4 km de largura, a chamada Zona Desmilitarizada, onde houve a troca de tiros, foi criada em 1953, quando foi assinado um cessar-fogo, e se estende por toda a fronteira de aproximadamente 250 km. Trata-se de uma das fronteiras mais militarizadas do mundo.
A troca de tiros de ontem foi o primeiro incidente em terra desde 2006.
Na fronteira marítima, porém, o naufrágio em março do navio militar sul-coreano Cheonan, que matou 46 marinheiros, provocou o momento mais tenso entre os dois países nos últimos anos.
Seul acusa a Coreia do Norte de ter torpedeado a embarcação, mas Pyongyang nega.
No mês passado, no primeiro encontro bilateral em dois anos, o governo comunista rejeitou a exigência de desculpas por parte dos sul-coreanos.


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