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CRIME
Integrante de equipe que patrulhava a fronteira com a Geórgia abriu fogo após consumir "narcótico", possivelmente cogumelo
Soldado russo drogado mata oito colegas
DA REDAÇÃO
Um soldado russo que estava
sob efeito de narcóticos abriu fogo ontem contra seus colegas militares, matando ao menos oito
deles e ferindo outros três, no que
constituiu o último de uma série
de casos graves de descontrole entre os desmoralizados e desrespeitados militares russos.
Segundo as Forças Armadas, o
soldado, Denis Solovyov, disparou seu fuzil Kalashnikov aleatoriamente dentro de uma tenda na
qual 11 de seus colegas de serviço
estavam descansando.
Eles tinham como missão patrulhar a fronteira da Rússia com
a Geórgia, na região montanhosa
do Cáucaso.
Algumas das vítimas morreram
no local, outras não resistiram aos
ferimentos após receber atendimento médico. Solovyov foi detido imediatamente.
O tenente-coronel Yuri Kolodkin, do escritório local do Ministério das Situações de Emergência, disse que as primeiras investigações indicavam que Solovyov
estava "em estado de intoxicação
narcótica", sem especificar qual
era a droga.
Outros oficiais que trabalham
na região disseram que o soldado
provavelmente tivesse ingerido
cogumelos alucinógenos.
A parte do Cáucaso em que eles
estavam é conhecida pelas ervas e
pelos cogumelos alucinógenos
que produz, segundo habitantes
de vilarejos vizinhos.
Triste rotina
Tiroteios, brigas, deserções e
suicídios têm marcado o cotidiano das Forças Armadas da Rússia
nos últimos anos.
Problemas disciplinares e falta
de motivação são questões corriqueiras entre os militares de baixa
patente, que, muitas vezes, vivem
em condições miseráveis porque
o soldo a que têm direito é muito
baixo.
Em 2001, um ano após a tragédia com o submarino nuclear
Kursk, que naufragou no mar de
Barents após uma explosão e provocou a morte de seus 118 tripulantes, alguns familiares de militares de baixa patente acusaram os
oficiais de forçar seus comandados a realizar tarefas desumanas e
de tratá-los mal.
Num caso similar ao de ontem,
em agosto passado, dois guardas
de fronteira russos mataram oito
de seus colegas. Estes dormiam
numa tenda e faziam parte de outro batalhão que patrulhava a
fronteira russa com a Geórgia.
Após quatro dias de buscas na
região, os militares russos conseguiram capturar os assassinos.
Estes confessaram que a morte de
seus colegas era parte de um plano de vingança relacionado a um
trote aplicado por oficiais em jovens cadetes.
Os trotes provocam conflitos
entre os militares frequentemente. Trotes violentos aplicados por
soldados graduados em cadetes se
transformaram numa triste rotina nas casernas, causando o aumento do número de assassinatos
e de deserções.
Um caso recente foi manchete
dos principais jornais russos: 54
soldados deixaram uma unidade
do Exército no sul do país e marcharam 60 quilômetros -até
Volvogrado- para protestar
contra as agressões que sofriam
de seus superiores.
Outro soldado desapareceu ontem, segundo a agência de notícias Interfax, levando consigo seu
fuzil e muita munição. Inicialmente, o Exército disse que ele
podia ter sido sequestrado por
guerrilheiros tchetchenos.
Mais tarde, o soldado, chamado
Nikolai Scherbakov, foi encontrado e detido, segundo a agência de
notícias Itar-Tass.
Com agências internacionais
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