São Paulo, sábado, 30 de novembro de 2002

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Chávez nega formação de frente de esquerda na AL

DA REDAÇÃO

Em visita ao Equador, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, negou ontem que uma frente de esquerda esteja se formando na América Latina.
"Eu não descreveria isto [a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva no Brasil e de um populista de esquerda no Equador] como um eixo esquerdista porque eu não creio que seja uma questão de esquerda ou direita", afirmou Chávez no Equador, onde ele e o ditador de Cuba, Fidel Castro, participaram ontem de uma homenagem ao pintor equatoriano Oswaldo Guayasamín.
No final do mês passado, Chávez disse que a vitória eleitoral de Lula representava "um impulso libertário" no continente e abria caminho para a formação de um "eixo do bem" na região.
Ontem, durante a inauguração de um museu de arte projetado por Guayasamín em Quito (capital do Equador), Chávez disse que é hora de a América Latina pôr fim a 500 anos de "dominação, exclusão e desigualdade".
Guayasamín, que morreu aos 79 anos em 1999, apoiava Fidel.
"Ainda não consegui conversar com Lucio [Gutiérrez, presidente eleitor do Equador]. Não o conheço apesar das muitas coisas que foram ditas sobre o presidente Lucio Gutiérrez e sobre mim", afirmou Chávez. Durante a campanha eleitoral equatoriana, Gutiérrez teve de defender-se das alegações de que ele seria uma versão equatoriana de Chávez, acusado pela oposição venezuelana de destruir o país com suas políticas populistas de esquerda.
A campanha mostrava cenas de distúrbios nas ruas de Caracas e dizia que os equatorianos deveriam aprender com "os erros alheios" e não votar em um "comunista". A propaganda gerou um protesto formal do embaixador venezuelano em Quito.
Gutiérrez ganhou notoriedade ao liderar o golpe de Estado que derrubou o presidente Jamil Mahuad em janeiro de 2000.
Chávez tentou dar um golpe militar na Venezuela em 1992.


Com agências internacionais


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