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Tentativa de golpe acaba frustrada nas Filipinas
Grupo de militares tomou hotel em Manila e pedia queda da presidente
Confronto terminou com duas pessoas feridas; país já passou por mais de uma dúzia de tentativas de golpe e rebeliões desde 1986
CARLOS H. CONDE
DO "NEW YORK TIMES", EM MANILA
A tropa de elite filipina invadiu ontem um hotel cinco estrelas em Manila que tinha sido
dominado à força por oficiais
dissidentes do Exército, prendendo um senador, um ex-vice-presidente, um bispo católico e
vários jornalistas, após um cerco que durou sete horas.
O confronto começou quando cerca de 30 oficiais e soldados que estavam sendo julgados por tentativas de golpe de
Estado em 2003 e 2006 deixaram o tribunal e invadiram o vizinho hotel Peninsula Manila,
exigindo a saída da presidente
Gloria Arroyo.
Houve uso de gás lacrimogêneo e disparos foram feitos no
saguão do hotel. Pelo menos
duas pessoas ficaram feridas,
segundo a polícia. A maioria
dos hóspedes e funcionários do
hotel já tinha sido retirada.
O senador Antonio Trillanes
4º, líder dos oficiais rebeldes e
dos soldados que os apóiam,
disse que eles puseram fim ao
confronto por temer que a violência pudesse aumentar, colocando em risco as vidas de civis.
Trillanes, o ex-vice-presidente
Teofisto Guingona e vários jornalistas -estes suspeitos de serem rebeldes disfarçados- foram levados pela polícia.
O brigadeiro-general Danilo
Lim, acusado de liderar uma
tentativa de golpe em 2006, defendeu a tomada do hotel, citando o "roubo" da Presidência
que Arroyo teria cometido nas
eleições de 2004 e o fracasso do
processo de impeachment dela.
"Já tentamos (...) todos os
meios para resolver essa questão de legitimidade através dos
processos eleitorais, judiciais e
congressionais normais, mas a
sra. Arroyo usou o poder descarado" para obstruir os processos, dizia comunicado dos rebeldes. Desde a derrubada do
presidente Ferdinando Marcos, em 1986, já houve mais de
uma dúzia de rebeliões e tentativas de golpe nas Filipinas.
Tradução de CLARA ALLAIN
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