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Mumbai debela último foco de resistência
Forças de segurança indianas matam três terroristas que ainda estavam no hotel Taj Mahal; mortos chegam a 195
Com situação controlada, autoridades se voltam agora à investigação sobre identidade dos responsáveis pela onda de ataques
RAUL JUSTE LORES
ENVIADO ESPECIAL A MUMBAI
Com 195 mortos e 300 feridos, terminou na manhã de ontem a batalha de 62 horas promovida por um grupo militante
islâmico que aterrorizou Mumbai, maior cidade da Índia.
O cerco terminou com a morte de três terroristas no interior
do hotel Taj Mahal. "Dizíamos
que restavam três terroristas e
temos três cadáveres", anunciou o chefe da Guarda de Segurança Nacional, J.K. Dutt, em
meio a uma ressalva. "Não podemos dizer que a operação
acabou até checarmos todo o
hotel. Todos os andares, todos
os quartos serão checados."
O governo acredita que há
mais vítimas, hóspedes que foram assassinados enquanto se
refugiavam em seus quartos.
Pelo menos 20 policiais e soldados foram mortos. Nove terroristas também foram abatidos,
e um está preso e será interrogado pela polícia indiana.
Segundo o "Times of India",
o único terrorista preso com vida é o paquistanês Azam Amir
Kasab -ele teria dito à policia
que contou com a "cooperação"
de locais, não-terroristas. Diferentes versões divulgadas pelo
governo e pela polícia alimentam as especulações em Mumbai. Algumas autoridades disseram que os terroristas vieram do Paquistão, de barco.
Um desconhecido grupo islâmico, Mujahedin de Deccan,
assumiu a autoria da ação, mas
o governo indiano - e boa parte
das TVs e jornais locais, além
de cidadãos de Mumbai ouvidos pela Folha- acredita que a
operação tem financiamento e
preparação do Paquistão, o que
complica os esforços de reconciliação entre os dois rivais.
Ontem, Islamabad recuou da
decisão de enviar a Mumbai o
chefe de seu serviço de inteligência militar para auxiliar nas
investigações, substituindo-o
por um oficial de patente mais
baixa. O presidente do Paquistão, Asif Ali Zardari, tentou, porém, contemporizar. "Como
presidente do Paquistão, se
surgir qualquer indício de participação de qualquer indivíduo ou grupo em qualquer parte do meu país, eu tomarei medidas imediatas", disse à CNN.
Uma equipe do FBI também
chegará à Índia neste fim de semana. Dos 23 estrangeiros
mortos, a maioria era de cidadãos americanos e europeus,
além de um grupo de judeus ortodoxos israelenses que foram
atacados em sua sede -detalhes que fazem algumas autoridades insistiram que a Al Qaeda deve estar envolvida.
Os atiradores iniciaram a
ação na quarta nas principais
áreas de encontro da elite local.
Começaram em uma estação
ferroviária e atacaram um bar,
dois hospitais, três hotéis de luxo e um centro judaico, um ataque novo a cada 15 minutos.
Eles usavam GPS, telefones satelitais e rifles AK-47. Um soldado disse que a destreza nos
combates indicava que eles tinham treinamento militar.
Os ataques representam o
atentado mais letal em Mumbai desde 1993, quando explosões mataram 257 pessoas na
então Bombaim.
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