DA REDAÇÃO

O primeiro-ministro do governo interino da Somália, Ali Mohamed Gedi, prometeu restaurar a paz no país depois de 15 anos de guerra civil ao chegar ontem à capital, Mogadício. Embora Gedi tenha sido festejado por parte da população, partidários do Conselho dos Tribunais Islâmicos, que controlava a cidade desde junho, também saíram às ruas e protestaram contra a presença das tropas etíopes que apoiaram as forças do governo interino.
"Hoje é o começo de uma nova vida, estabilidade e um novo futuro para a Somália", disse Gedi, que até então despachava de seu gabinete em Baidoa, a 200 km dali. Ele chegou à cidade num comboio de 22 carros, incluindo seis caminhonetes fortemente armadas.
Os que o saudaram, sorriam e acenavam. Já os que protestavam, concentrados principalmente na parte norte da cidade, jogaram pedras contra os caminhões das tropas etíopes e queimaram pneus.
As milícias islâmicas, que abandonaram a capital na última quarta-feira diante da chegada das tropas etíopes e do governo interino, instalado há dois anos sob os auspícios das Nações Unidas, dizem que não se renderão. "Não vamos abandonar a Somália", afirmou o xeque Sharif Ahmed, líder do Conselho dos Tribunais Islâmicos.