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"O Brasil é contrário à pena de morte"
Lei a íntegra da nota divulgada ontem pelo Itamaraty:
A Corte Suprema de Apelação do
Iraque confirmou, no último dia
26, a condenação à morte do ex-presidente Saddam Hussein. Segundo a decisão judicial, a execução da sentença deverá ter lugar
nos próximos 30 dias.
O regime imposto pelo ex-presidente Saddam Hussein foi, sem dúvida, marcado por seguidos atos de
violência contra a população de seu
país e por brutal cerceamento das
liberdades. O assassinato de 148
pessoas na cidade de Dujail, em
1982, objeto do julgamento em
questão, é um dos exemplos.
Por princípio, o Brasil é contrário à pena de morte, vedada pela
Constituição federal. Em várias
ocasiões, o governo brasileiro teve
a oportunidade de demonstrar essa
posição em votações nos órgãos de
direitos humanos das Nações Unidas. Ademais, não crê que a execução da sentença venha a contribuir
para a pacificação do Iraque.
A deposição de Saddam Hussein, em 2003, não decorreu de
ação autorizada pelo Conselho de
Segurança da ONU, único órgão
multilateral com legitimidade para
determinar o uso da força no plano
internacional. A intransigência e
os erros de parte a parte dificultaram a busca de iniciativas capazes
de conter o governo de Saddam
Hussein por meios pacíficos. Independentemente da natureza ditatorial do regime iraquiano, cabe
notar que a razão então alegada para a invasão do Iraque - a existência de armas de destruição em
massa- nunca foi comprovada.
O governo brasileiro esforçou-se
até o último momento para encontrar solução pacífica para a questão
iraquiana. O presidente Lula conversou com vários líderes internacionais, e enviou mensagens ao secretário-geral da ONU e ao papa
João Paulo 2º em favor de alternativas que pudessem evitar o conflito armado ou seu prolongamento.
Neste momento particularmente difícil por que passa o Iraque,
qualquer solução para a conjuntura de conflito e violência deve emanar do diálogo e do entendimento
entre as forças políticas do país,
bem como buscar a preservação da
soberania e da integridade territorial iraquianas.
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