DO "FINANCIAL TIMES"

A oposição republicana já se articula para capitalizar o atentado frustrado da última sexta-feira e tentar colar em Barack Obama a pecha de fraco em segurança nacional.
Enquanto o governo dos EUA ainda investiga como o nigeriano conseguiu entrar no avião carregando explosivos, líderes do partido opositor criticam desde a suposta demora das primeiras declarações de Obama até o seu plano de fechar a prisão na base de Guantánamo, em Cuba.
"Conversas sobre engajamento e o fechamento [da prisão] de Guantánamo não deterão terroristas", disse o senador Jim DeMint (Carolina do Sul).
Obama deu suas primeiras declarações sobre a tentativa de atentado anteontem, prometendo "ir atrás de todos os envolvidos". Já sua secretária de Segurança Doméstica, Janet Napolitano, afirmou inicialmente que "o sistema funcionou", mas acabou tendo que se retificar.
As críticas de viés partidário ao governo Obama visam principalmente fortalecer o Partido Republicano, que tem no tema da segurança interna uma de suas principais bandeiras para as eleições legislativas de novembro -quando estarão em jogo as maiorias democratas nas duas Casas do Congresso.
Os americanos tradicionalmente identificam nos republicanos maior firmeza em temas de segurança, mas a estratégia pode acabar tendo efeito contrário, segundo analistas.
Isso porque, dizem, críticas muito duras sobre o governo podem trazer à tona as falhas do sistema de segurança americano como um todo, sistema este colocado em prática sobretudo no governo George W. Bush (2001-2009).
Além disso, mais de cem representantes (deputados federais) republicanos rejeitaram repasses ao Departamento de Segurança Doméstica para reforçar segurança em aeroportos.


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