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Premiê turco é saudado como herói, após discutir com presidente de Israel
DA REDAÇÃO
O primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, foi
recebido com festas ao desembarcar em Istambul na madrugada de ontem, após discutir
com o presidente israelense,
Shimon Peres, sobre a ofensiva
à Gaza e, irritado, deixar o plenário do Fórum Econômico
Mundial, em Davos (Suíça).
Balançando bandeiras turcas
e palestinas, mais de 5.000
simpatizantes foram ao aeroporto esperar o premiê, líder
do principal partido islâmico
da secular Turquia. A menos de
dois meses das eleições municipais, cartazes saudavam Erdogan como "orgulho da Turquia" e "representante dos
oprimidos".
Após o bate-boca em Davos,
minimizado pelas Chancelarias israelense e turca, Erdogan
e Peres se falaram por telefone.
O premiê turco justifica sua
reação no debate como uma
defesa "do prestígio e da honra
da Turquia". A irritação dirigia-se não apenas a Peres, mas
também ao mediador do encontro, David Ignatius, que deu
a Erdogan um tempo de resposta menor que o do presidente israelense.
Questionado por Peres sobre
como reagiria se foguetes atingissem a Turquia [em referência aos ataques do Hamas], Erdogan exaltou-se. "A razão para o senhor levantar tanto a voz
é a psicologia da culpa (...).
Quando se trata de matar, vocês entendem muito bem. Sei
bem como vocês atingiram e
mataram crianças nas praias
[de Gaza]", disparou, antes de
deixar a sala, pisando firme.
Erdogan tornou-se um dos
mais proeminentes críticos da
ofensiva a Gaza, diante da hesitação de governantes árabes
contrários ao Hamas. A reação
de Ancara, que tem histórico de
boas relações com Israel e mediava diálogo indireto com a Síria até o início da ofensiva militar, reflete o sentimento popular nos países islâmicos.
Com agências internacionais
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